A confiança da indústria está no pior nível desde julho de 2020, auge da pandemia, conforme constatou a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira (10).
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 49,9 pontos em março e migrou para a zona de falta de confiança. O resultado é 0,7 ponto menor do que o registrado no mês anterior, quando o ICEI apresentou uma leve recuperação e interrompeu uma série de baixas do índice.
A queda atual é explicada pela piora da avaliação das condições atuais da economia brasileira e das empresas.
A pesquisa varia de 0 a 100, com uma linha divisória de 50 pontos. Os valores abaixo desse corte indicam desconfiança. Foram entrevistadas 1.396 empresas, sendo 559 de pequeno porte, 510 de médio porte e 327 de grande porte entre 1º e 7 de março de 2023.
O gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que o índice está abaixo, mas bem próximo de 50 pontos. Desta forma, a falta de confiança não está intensa nem disseminada. No entanto, entre os componentes do ICEI, o Índice de Condições Atuais recuou 1,7 ponto para 44,2 pontos entre fevereiro e março.
“Em relação às condições atuais, há uma percepção de piora mais forte e disseminada da indústria sobre a economia brasileira e as empresas. A avaliação dos empresários sobre as condições atuais é a mais negativa desde julho de 2020. Naquele mês, o índice registrou 34,5 pontos, pois a confiança do empresário seguia abalada pela crise causada pela pandemia de covid-19”, explica Marcelo Azevedo.
O Índice de Expectativas ficou praticamente estável com uma variação de -0,2 ponto para 52,7 pontos. É importante notar que esse otimismo dos empresários se manifesta somente com relação às suas próprias empresas (56,1 pontos), enquanto em relação à economia brasileira há pessimismo (46,0 pontos).