Bolsonaro sugere a presidente turco visita conjunta à Rússia

O presidente brasileiro citou a inclusão de outros líderes na missão com o objetivo de convencer Moscou a encerrar a guerra

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu organizar uma visita conjunta à Rússia com Recep Ergogan, presidente da Turquia.

A informação foi divulgada pelo ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Çavuşoğlu, em entrevista a jornalistas no domingo, 1º, e publicada pelo jornal Gazete Vatan, de Istambul. Çavuşoğlu visitou Brasília em 24 e 25 de abril e foi recebido por Bolsonaro.

Segundo a publicação, o presidente brasileiro sugeriu a inclusão de outros líderes na missão. O objetivo seria convencer Vladimir Putin a encerrar a guerra na Ucrânia.

“O presidente brasileiro Bolsonaro disse que está pronto para organizar uma visita conjunta a Moscou com alguns líderes importantes do país se o presidente Erdogan concordar. ‘Gostaríamos de contribuir com seus esforços’”, disse Çavuşoğlu. “Respondemos que faríamos um estudo e daríamos um retorno”, completou.

Bolsonaro expressou apreço pelos esforços da Turquia em mediar uma solução pacífica para acabar com a guerra Rússia-Ucrânia, disse o ministro.

O chanceler turco visitou seis países latino-americanos no final de abril. Além do Brasil, esteve no Uruguai, Equador, Colômbia, Venezuela e Panamá. Disse aos jornalistas que acompanharam suas visitas que o Brasil e a Venezuela “estão em boas relações com a Rússia” e concordam que “a guerra tem de parar”, disse o chanceler turco.

Çavuşoğlu afirmou que, enquanto a guerra durar, bombardeios russos a alvos ucranianos vão continuar. Disse que Erdogan conversa com frequência com Putin e com Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, sobre um cessar-fogo.

“O único objetivo do nosso presidente é parar a guerra e unir os dois líderes. Continuamos nossos esforços sinceramente”, concluiu.

Visita do ministro turco

Um dos objetivos da visita de Çavuşoğlu à América Latina foi a discussão de pedidos de extradição para a Turquia de integrantes da fraternidade islâmica Gülen. O governo refere-se ao movimento como uma organização terrorista, de oposição de Erdogan.

Há pedidos para o Brasil enviar cinco supostos aliados da entidade. No início de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou a extradição do empresário Yakup Sagar. Ele é acusado na Turquia de “tentativa de destruir o Estado”. O ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do pedido, afirmou ser caso de indeferimento completo.

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