Vídeo: Criança é achada presa dentro de tambor, com sede, com fome e nua

O menino de 11 anos resgatado pela polícia em um tambor de lata numa casa no Bairro Jardim Itatiaia, em Campinas, interior de São Paulo, estava no local há um mês, segundo a investigação da Polícia Civil. O caso foi descoberto pela Polícia Militar na tarde deste sábado (30.jan) quando a corporação conseguiu fazer o resgate da criança que estava nua e com fome, e amarrada ao tambor.  — Ele está internado sob a tutela de uma tia. 

O garoto, foi amarrado pelo pai e permanecia no local, enquanto uma mulher assistia clip e cuidava de cachorros no interior do imóvel.  A informação foi divulgada na tarde deste domingo (31.jan) pelo delegado da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas. 

Vídeo, de imagens do colete dos militares, mostram o momento do resgate a prisão de duas mulheres no imóvel. O menino era mantido fora da casa, em situação de tortura, pelado, muito magro, em um tonel ao Sol, coberto apenas por um trapo e um folha de telha. 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou nesta segunda-feira (1º) as prisões em flagrante dos três suspeitos pela tortura ao menino de 11 anos. A prisões foram convertidas em preventiva. O pai do menino, a namorada dele e a filha dela foram presos em flagrante no sábado, após denúncia de vizinhos.

Segundo os policiais, quando feito o resgate a criança quase não conseguia se mexer. Ele estava com a cintura, braços e pés acorrentados e seguia há 4 dias sem receber qualquer tipo de alimento. O garoto revelou que quando recebia, era casca de banana e fubá cru. 

O menino morava com o pai adotivo e com a namorada dele e a filha da namorada. Todos foram presos.

Segundo a Polícia Civil, o pai disse em depoimento que o filho era muito agressivo, agitado e fugia de casa. Ele ainda alegou que fez isso para educar o menino. Os vizinhos disseram que os maus-tratos a criança já ocorre há anos e que já denunciaram ao Conselho Tutelar. Em vídeo um dos homens diz. “O Conselho sabe de tudo, pode ligar lá, todo mundo aqui já fez denúncia, mas eles não fazem nada”, argumentou. 

O Conselho admitiu que já acompanhava a denúncia de maus-tratos a criança há pelo menos um ano e vai apurar se houve falha. 

“Não há nenhum diagnóstico que confirme que o garoto esteja doente. Pode ser hiperatividade normal da idade. Mas, houve uma falha grande em deixar a situação chegar onde chegou”, disse o conselheiro tutelar Moisés Sesion. Amanhã será feita uma reunião com o Conselho Tutelar, o Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e Caps (Centro de Atenção Psicossocial) para entender o caso. 

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