Ucrânia: separando a verdade da mentira

Uma nova profissão está florescendo nas redações: o perito em imagens digitais

As muitas imagens da invasão da Ucrânia que chegam à imprensa e às redes sociais deixam uma dúvida fundamental: quais são reais? O jornal Washington Post levantou alguns casos de falsificação. Como um suposto lançamento de míssil sobre a Ucrânia, que na verdade aconteceu na Turquia, em 2016. Ou um sobrevoo de aviões militares russos sobre Kiev, que na verdade aconteceu em Moscou há dois anos.

A digitalização de vídeos permite com realizar a falsificação de imagens, como neste incêndio fake:

Para garantir a veracidade das informações, alguns órgãos de imprensa estão contratando equipes de “peritos visuais” que, segundo o Washington Post, “passam horas analisando e produzindo análises cruzadas com mapas e posts da mídia social – às vezes apontando a esquina exata de Kiev onde o inferno aconteceu”.

O padrão de qualidade de um vídeo ou foto da guerra é sua localização exata. Para isso são utilizados instrumentos como o Google Earth ou seu equivalente russo, o Yandex. Um fator às vezes ainda mais difícil de reconhecer é o momento exato em que o fato ocorreu.

Esta imagem mostra a comparação entre a imagem da explosão e sua localização no Google Maps, aparentemente próxima a Palanka:

Nesse caso concluiu que a explosão havia realmente acontecido, mas não no dia que se supunha (24 de fevereiro). Em outro caso, descobriu-se que um ataque russo atingiu um edifício próximo a um jardim de infância:

“Essa é a beleza desse tipo de trabalho”, declarou um dos peritos a serviço do New York Times. “Tudo é muito transparente, então as pessoas que não acreditam podem realizar o trabalho por conta própria”.

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