As muitas imagens da invasão da Ucrânia que chegam à imprensa e às redes sociais deixam uma dúvida fundamental: quais são reais? O jornal Washington Post levantou alguns casos de falsificação. Como um suposto lançamento de míssil sobre a Ucrânia, que na verdade aconteceu na Turquia, em 2016. Ou um sobrevoo de aviões militares russos sobre Kiev, que na verdade aconteceu em Moscou há dois anos.
A digitalização de vídeos permite com realizar a falsificação de imagens, como neste incêndio fake:
Para garantir a veracidade das informações, alguns órgãos de imprensa estão contratando equipes de “peritos visuais” que, segundo o Washington Post, “passam horas analisando e produzindo análises cruzadas com mapas e posts da mídia social – às vezes apontando a esquina exata de Kiev onde o inferno aconteceu”.
O padrão de qualidade de um vídeo ou foto da guerra é sua localização exata. Para isso são utilizados instrumentos como o Google Earth ou seu equivalente russo, o Yandex. Um fator às vezes ainda mais difícil de reconhecer é o momento exato em que o fato ocorreu.
Esta imagem mostra a comparação entre a imagem da explosão e sua localização no Google Maps, aparentemente próxima a Palanka:
In the area around the second Wikimapia-tagged ammunition depot he looked at, he found a match: the junction, the trees, even the shape of an apparent bus stop lit up by the explosion. https://t.co/lZZe5dbYoB
— Christiaan Triebert (@trbrtc) February 27, 2022
Nesse caso concluiu que a explosão havia realmente acontecido, mas não no dia que se supunha (24 de fevereiro). Em outro caso, descobriu-se que um ataque russo atingiu um edifício próximo a um jardim de infância:
Destruction of hangar at Antonov International Airport, just outside of Kyiv. These satellite images from @Planet from Feb 20 and Feb 28 show the damage to the hangar. Location: 50.592407, 30.211245 pic.twitter.com/46uvhAquiX
— Centre for Information Resilience (@Cen4infoRes) March 1, 2022
“Essa é a beleza desse tipo de trabalho”, declarou um dos peritos a serviço do New York Times. “Tudo é muito transparente, então as pessoas que não acreditam podem realizar o trabalho por conta própria”.