Depois de fazer manobras militares na Bielorrússia e na Criméia, o Kremlin promoveu nesta terça-feira, 1º, um exercício com tropas russas estacionadas na Transdnístria, um enclave separatista pró-Moscou na Moldávia. A região fica espremida entre a Rússia e a Ucrânia.
O avanço militar é motivo de novas preocupações para as potências ocidentais, que temem uma invasão russa em Kiev. Diferentemente das manobras anteriores, a movimentação na Transdnístria não tem como objetivo gerar dúvida sobre eventual invasão, mas sim buscar um precedente para a guerra. Isso porque a região de 500 mil habitantes, conhecida como a “última república soviética” por manter símbolos do império comunista, não tem capacidade militar para ameaçar a Ucrânia.
Cerca de 1.500 soldados pró-Transdnístria estão posicionados na região, 440 deles integrantes de uma força de paz. O restante é responsável por guardar o armamento do Exército, que envolve blindados e aviões.
A Moldávia é um dos países da antiga periferia soviética que mais preocupam o Kremlin. Sua presidente eleita em 2020, Maia Sandu, pede reiteradamente a saída dos russos da região.
À beira da guerra
No último dia 24, os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciaram o envio de aviões e navios ao Leste Europeu, para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. Em comunicado, a aliança ocidental informou que continuará a adotar as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados.
O impasse nas negociações entre EUA e Rússia sobre a situação geopolítica da Ucrânia deixou a Europa à beira de um conflito bélico. As saídas diplomáticas estão se esgotando e a possibilidade de uma guerra não está descartada.