A senadora Soraya Thronicke (PSL) torra dinheiro público com empresa de “coach” de assessor e ex-assessor do Senado Federal. Em dois anos, a parlamentar pagou a Pedro Henrique Moraes Almeida e Lucas Caetano Cunha Moraes Almeida R$ 81.238,86 para que a empresa deles de “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial” realizasse sua assessoria de comunicação.
O que chama atenção é que os sócios Pedro e Lucas, da empresa de Brasília Pilote – Gestão da Inovação LTD, são assessores da própria senadora Soraya no Congresso Nacional, com salário bruto de até R$ 17,9 mil, pagos também com o dinheiro do contribuinte.
Os contratos com a empresa Pilote, com valor médio mensal de R$ 7.430,00, começaram em outubro de 2019 e se estenderam até agosto deste ano, neste mesmo período o sócio Lucas Caetano Cunha Moraes Almeida trabalhou nomeado no gabinete da senadora com salário bruto de R$ 11.245,36.
Ao todo, Soraya gastava em média R$ 18.675,36 em pagamentos para a empresa e assessor. Com o fim do contrato e a exoneração de Lucas, ambos em agosto de 2020, a senadora nomeou no mesmo mês em seu gabinete o outro sócio da Pilote, Pedro Henrique, coincidentemente, por um valor semelhante ao que já era pago a empresa e ao ex-assessor, R$ 17,9 mil.
Pedro Henrique, inclusive, não esconde sua relação profissional com a empresa Pilote contratada por Soraya e ostenta nas redes sociais a sua ligação, mesmo sendo nomeado em seu gabinete.
A empresa Pilote sediada na Capital Federal tem abocanhado clientes também em Mato Grosso do Sul, contando com a indicação de Soraya. Nas eleições municipais de 2020, enquanto deveriam trabalhar no mandato da senadora, os sócios teriam trabalhado na campanha do primo de Soraya, Mauro Thronicker Rodrigues (PSL), que concorreu à Prefeitura de Dourados.
De acordo com notas fiscais apresentadas na prestação de contas do TRE/MS, os assessores de Soraya receberam R$ 40 mil do primo da senadora para realizar a gravação de programas eleitorais de rádio e tv. Mauro não foi eleito. Soraya foi eleita com a bandeira da “nova política”, mas coleciona denúncias de loteamento e vendas de cargos comissionados em seu gabinete para atender aliados.
