Simone propõe ‘presidencialismo de conciliação’, com base em transparência e ética

Emedebista participou de debate na OAB/SP

A candidata à presidência da República, Simone Tebet, do MDB, propõe, caso eleita, um ”presidencialismo de conciliação”. A fala ocorreu durante o debate ”Hora do Voto”, na OAB Seccional São Paulo. 

Tebet, que se intitula candidata pelo ”centro democrático”, foi aplaudida, quando o mediador questionou sobre algum tipo de controle social sobre o Poder Judiciário. Simone explicou que o grande papel do próximo presidente é restaurar a harmonia entre os poderes.  

”Me comprometo a sancionar qualquer lei aprovada pelo Congresso que restrinja excessos de qualquer autoridade no Brasil”, respondeu. ”Mas muito do que vemos hoje é fruto do acirramento ideológico e do mau exemplo dado pelo presidente da República. Ele estimula que outras autoridades tirem seus monstros do armário”, respondeu a candidata.  

Ainda sobre os Poderes da República, Tebet disse que muitas coisas erradas (escândalos como mensalão e petróleo) se dão pela obsessão do presidente de turno ser reeleito. A sul-mato-grossense garantiu que vai pôr fim à reeleição. 

Conforme a divulgação da candidata, ela também foi aplaudida quando criticou a postura assumida pela Procuradoria-geral da República no episódio da CPI da Covid, onde teve  destaque como parlamentar e apontou indícios de corrupção.  

”Mas, infelizmente, no momento em que o Brasil mais precisou, a Procuradoria-geral da República não fez o dever de casa”, ponderou. ”Não deu aquilo que o brasileiro merecia, ou seja, uma resposta do que efetivamente aconteceu diante das gravíssimas denúncias que a CPI da Covid recebeu.”

A emedebista também pregou em favor da liberdade de imprensa, mas destacou ser necessário combater as fake news. 

Durante o debate, Simone apresentou as bases de seu programa de governo, sustentado, segundo a divulgação, por quatro eixos, sendo o primeiro uma agenda social. 

”Nada é mais importante do que isso”, disse Simone. Nesse caso, a premissa – e ”prioridade número um” – é a erradicação da miséria e a diminuição da pobreza e da desigualdade social. “É preciso matar a fome das pessoas”, destacou a senadora. Ela realçou ainda necessidade de aprimoramento de um programa de transferência de renda. Disse que o atual valor, de R$ 600 reais (do Auxílio Brasil), já não pode ser reduzido.

”Mas é preciso ter foco, uma peneira, com critérios para a distribuição de recursos e porta de saída para os beneficiários”, frisou. A parlamentar lembrou que é preciso qualificar as pessoas (jovens, mulheres e trabalhadores) e isso será feito também em parceria com a iniciativa privada.

”É hora de construir o futuro a partir do presente”, mencionou. ”Se o governo passado, que ficou quatro mandatos no poder, tivesse feito o dever de casa, e o atual governo tivesse focado na educação dos nossos filhos, já teríamos uma geração de verdadeiros cidadãos. Infelizmente, não foi isso o que acontece.” uma geração de verdadeiros cidadãos. Infelizmente, não foi isso o que acontece.”

A candidata falou sobre o ”Eixo 2” de seu governo será o ambiental.

”Vamos colocar a sustentabilidade no centro de todas as políticas”, afirmou. Isso significa, notou, desmatamento ilegal zero, sem tolerância com grileiros, invasores, madeireiros e garimpeiros que destroem, devastam e desmatam ilegalmente. Isso além do fortalecimento dos órgãos de fiscalização, como ICMBio e Ibama. ”E vamos parar com essa dicotomia: não é agronegócio ou meio ambiente, mas agronegócio e meio ambiente”, disse. 

O ”Eixo 3” é o da inclusão, caracterizado pelo combate a todas as formas de discriminação, intolerância e preconceito. ”Nesse sentido, temos uma chapa 100% feminina, mas ela representa mais do que isso”, disse a senadora. ”Ela é inclusiva. Escolhemos a senadora Mara Gabrilli [PSDB-SP] como vice, que representa a inclusão.” Isso até para “lembrar a todos que o Brasil é de todos”. Ela destacou ainda a formação de um Ministério paritário, com homens, mulheres e negros, e a criação de uma política nacional étnico-racial.

Por fim, citou o ”Eixo 4” do seu projeto para o país, formado por um ”governo parceiro da iniciativa privada”. ”É ele que vai oferecer a segurança institucional, jurídica e regulatória”, complementou. 

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