Durante fala em evento de entrega de maquinário para a Agricultura Familiar em Mato Grosso do Sul, na manhã desta segunda-feira (18), em Campo Grande, a pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, a senadora Simone Tebet, disse que prefere ser cabo eleitoral de candidatos do partido ao invés de concorrer como vice-presidência. Isso seria o mesmo que “diminuir o papel das mulheres na política”.
O MDB de Simone deve se unir ao PSDB, União Brasil [legenda que nasceu da fusão do DEM com o PSL] e Cidadania para, juntos, concorrerem à sucessão de Bolsonaro.
No caso, as quatro siglas vão definir o nome de um só candidato para a disputa. A escolha deve ser anunciada no dia 18 de maio, mês que vem. Além de Simone, João Dória, do PSDB ex-governador de São Paulo e o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar são pré-candidatos à Presidência. Um deles vai representar o grupo como o candidato ao cargo.
Simone diz que prefere ‘panfletar’ a renunciar a condição de pré-candidata à Presidência – Marcelo Victor
Simone afirmou que entrega o cargo de vice para outro candidato e atuaria na campanha carregando bandeira, fazendo panfletagem ou subindo no palanque. Ela ainda disse também que mulheres não podem continuar aceitando ser coadjuvante na história política.
“Se eu não conseguir ser a candidata do centro, eu ajudo melhor o centro subindo no palanque, carregando bandeira, entregando santinho e entregando a vice para outro. […] Uma das razões pelas quais coloquei minha pré-candidatura foi justamente por não ser possível não ter uma mulher, no momento de maior dor, de maior desemprego, para dizer qual o Brasil que queremos para nossos filhos e para nós”.
Além disso, Tebet disse que ser candidata do centro lhe traz a missão de acabar com a dita polarização Lula x Bolsonaro, já que é candidata da terceira via. Ela ainda afirmou que terá chances de sucesso na frente democrática [o mesmo que terceira via], uma vez que a maioria do eleitorado feminino está indeciso e não quer votar em nenhum dos dois candidatos que aparecem liderando as pesquisas.
“O fato das mulheres serem aquelas que mais rejeitam hoje Bolsonaro e Lula, que mais estão indecisas no processo, também faz com que o fato de eu ser mulher, não só por ser mulher, mas uma mulher que tem condições de mostrar trabalho, como prefeita, vice-governadora, deputada estadual, senadora [cargos que já exerceu], faz com que eu tenha condições de liderar com maior chance de sucesso essa frente democrática”, pontuou.
A pesquisa de intenções de votos realizada pelo Instituto Sensus e divulgada na quinta-feira passada (14) mostra que Simone tem 0,8% dos votos, atrás de Vera Lúcia do PSTU, que tem 1,1% dos votos válidos, André Janones (Avante, com 2% das intenções e João Dória (PSDB), com 2,6% dos votos.