Sergio Moro: ‘O centro vai ter de se aglutinar’

'Em algum momento do futuro, o que é necessário é que nós nos unamos', afirmou ex-juiz em entrevista à Jovem Pan

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República, afirmou nesta quarta-feira, 15, que os postulantes ao Planalto que integram o autoproclamado “centro” devem se unir em torno de um único nome nas eleições de 2022.

Segundo o ex-ministro, o pré-candidato que tem mais perspectivas de crescimento para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o dele próprio, Moro.

“O centro vai ter de se aglutinar”, disse, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. “Tenho falado com todos os potenciais candidatos. Em algum momento do futuro, o que é necessário é que nós nos unamos para vencer essas duas propostas extremas.”

Indagado se poderia compor uma chapa presidencial como candidato a vice do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Moro afirmou que “não existe essa chance no horizonte”.

“O que eu coloquei no passado é que nós temos que nos unir em um determinado momento. Claro que temos de nos unir em torno da candidatura com mais chance de êxito, e quem vai dizer isso são as pesquisas”, disse.

“O que temos visto hoje é que o maior potencial de êxito contra esses dois extremos é o nosso projeto”, prosseguiu Moro. “Então, a aglutinação, em princípio, teria de ser dessa forma. Mas vamos aguardar e não vamos deixar a humildade de lado.”

Moro afirmou ainda que “o principal desafio é construir um projeto consistente e falar da pré-candidatura”. “Temos que convencer o eleitor a respeito da nossa proposta. Este é o nosso objetivo, mais do que ficar discutindo com o atual presidente ou com o ex-presidente”, completou. 

Críticas a Lula e Bolsonaro

Na entrevista à Jovem Pan, Sergio Moro centrou seus ataques em Lula e Bolsonaro. Sobre o petista, o ex-juiz que o condenou à prisão lembrou dos escândalos de corrupção nos governos do PT.

“O governo anterior, além dos escândalos de corrupção, também acabou em uma recessão entre 2014 e 2016”, disse. “As pessoas sabem o que aconteceu lá atrás. A Petrobras era roubada dia e noite. Quase quebrou”, continuou Moro. “O que você tinha era um sistema de corrupção no qual todo contrato da Petrobras terminava em pagamento de propina.”

Sobre Bolsonaro, o ex-ministro afirmou que “o Brasil está em uma trilha perigosa, com juros elevados e baixo crescimento econômico”. Moro também acusou o presidente da República de ter “sabotado” medidas de combate à corrupção.

“Eu não tenho o dever de ser leal a uma pessoa que não cumpriu o que me prometeu. Eu devo lealdade à população brasileira”, finalizou Moro. 

Fim da reeleição

Moro também defendeu a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acabe com a reeleição durante seu eventual governo. O ex-ministro afirmou que, caso eleito, não pretende se candidatar a um segundo mandato.

“Isso é importante porque facilita a aprovação de outros projetos pelo Congresso. Você passa a ser carta fora desse baralho”, justificou Moro. “Foi o que fez o governador Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, que disse desde o início que não iria para a reeleição. E conseguiu aprovar uma série de propostas.”

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