Sem luz e sem trabalho, empresários já acumulam prejuízo diário de R$ 10 mil em Campo Grande

Passados quatro dias do temporal que devastou Campo Grande, na última sexta-feira (15), as consequências ainda são sentidas em bairros da cidade. Com início da semana útil, empresas que continuam sem energia estão tendo que dispensar funcionários, que não têm como trabalhar. 

Somente no Jardim Bela Vista, bairro próximo à região central da Capital, pelo menos duas empresas acumulam prejuízos por conta da falta de energia. Uma delas, a MC Engenharia, está perdendo diárias no valor de R$ 10 mil e já contabilizam R$ 30 mil em prejuízos. 

Sem ter como trabalhar, a empresa teve que dispensar seus 17 funcionários nos últimos dias, eles só voltam ao trabalho quando a energia for restabelecida. Além disso, valor do rombo pode aumentar se a Energisa, concessionária de MS, não resolver os problemas deixados pelo temporal.

Gerente de empresa de entregas, a MS Express, Osvaldo Ferreira, de 55 anos, contou ao Jornal Midiamax que, desde quinta-feira (14), o bairro está enfrentando problemas com a energia. “De quinta para sexta uma árvore caiu e deixou a energia em meia fase. A Energisa veio e arrumou, mas aí no temporal de sexta caiu de vez a luz”, disse.

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Osvaldo acumula prejuízos em empresa de entrega (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

Desde então, a transportadora teve uma redução drástica de serviço. Sem poder gerar notas fiscais, a empresa só está fazendo retiradas dos pacotes de encomenda — de 20 transportes diários, só está fazendo cinco retiradas por dia. “Não estamos conseguindo fazer nada. Dependemos de energia e internet para trabalhar”, relatou à reportagem. Os cinco funcionários estão sem trabalhar. 

“Envio para interior, a gente não consegue fazer embarque. No aeroporto também não. A gente se sente impotente. A cobrança vem no final do mês. Esses dias de trabalho quem vai pagar?”, reclamou o gerente. 

Morador da região, o engenheiro Cidiclei Formagini, de 48 anos, não está conseguindo nem alimentar os filhos, ambos de 4 anos, que têm uma alimentação especial. “Tenho que ir na casa dos outros para fazer comida para eles”, relatou ao Jornal Midiamax. Ele disse que já abriu mais de 30 protocolos junto à Energisa, mas que o problema não foi resolvido. “Eles têm um prazo pra resolver, mas depois de 3 a 4 horas a ordem de serviço zera”, revelou. 

A concessionária informou, na noite de segunda-feira (18), que a energia já está restabelecida em 88% das unidades consumidoras que tiveram o serviço interrompido em Mato Grosso do Sul.

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