O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (1º) que a abertura de investigação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes sobre uma suposta organização criminosa de fake news é uma “retaliação” a ele.
“Querem impor para fazer voltar toda aquela quadrilha que nos comandou”, disse Bolsonaro. “Isso não é ameaça, é uma constatação”, completou.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu apenas em parte o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, de arquivar as investigações dos atos antidemocráticos.
Na prática, o ministro multiplicou as frentes de apuração e abriu casos específicos contra duas deputadas federais bolsonaristas. As investigadas serão as parlamentares Aline Sleutjes (PSL-PR) e Paula Belmonte (Cidadania-DF).
Moraes, em decisão obtida pela CNN, declara extinta apenas a apuração de atos produzidos em frente ao quartel-general de Brasília no ano passado, com gritos por intervenção militar.
A organização teria diversos núcleos e atuado para controlar a Secretaria de Comunicação da Presidência. Nas investigações da Polícia Federal (PF), são citados dois filhos do presidente: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).
À CNN, a deputada Paula Belmonte afirmou que não comentaria, argumentando que a decisão do ministro Alexandre de Moraes não constava do processo eletrônico e, portanto, não poderia se manifestar a respeito.
Procurados, os demais citados não se manifestaram até a publicação desta nota.