As recentes movimentações de Rose Modesto (União Brasil), candidata à prefeitura de Campo Grande, levantam sérios questionamentos sobre sua postura política. Publicamente, ela se apresenta como moderada, mas suas alianças sugerem o contrário, provocando descontentamento entre o eleitorado conservador da cidade. A aproximação de Rose com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Lula incomoda profundamente esse público, culminando na retirada da candidatura de David Mendes, ex-pré-candidato a vereador pelo União Brasil. Mendes protestou contra essa aliança, alegando que Rose trai os valores da direita ao se unir à esquerda.
Além disso, o apoio de Marquinhos Trad, ex-prefeito de Campo Grande envolvido em uma série de denúncias de assédio sexual, mancha ainda mais a campanha de Rose. Trad foi beneficiado por decisões judiciais, mas o Ministério Público e vítimas continuam a lutar para reverter a absolvição. Rose, no entanto, mantém silêncio sobre o caso, sugerindo que está mais preocupada em garantir alianças convenientes do que em preservar a integridade moral.
Essa nebulosidade em suas alianças é apenas um reflexo de uma campanha marcada pela falta de substância. Pesquisas recentes colocam Rose à frente, com 30 a 33% das intenções de voto, mas o cenário político é instável. Cerca de 60% dos eleitores ainda estão indecisos, e essa falta de definição nas intenções de voto indica que sua liderança nas pesquisas não é sólida. Rose parece incapaz de cativar o eleitorado com propostas concretas, preferindo apelar a discursos populistas e à sua influência em igrejas evangélicas.
A candidata também enfrenta críticas por seu discurso vago e por tentar se apropriar de realizações públicas como se fossem frutos de seu trabalho pessoal. Seu estilo populista, marcado por demagogia e apelos religiosos, lembra o ex-prefeito Alcides Bernal, embora com menos impulsividade. No entanto, ela compartilha com ele a superficialidade de suas propostas e a incapacidade de discutir temas complexos ou polêmicos, como políticas sobre drogas, sexualidade e a comunidade LGBT.
As alianças políticas de Rose também permanecem sob suspeita. Embora ela evite falar abertamente de suas relações com o governo Lula, sabe-se que manteve contatos frequentes com lideranças do PT, como o deputado Vander Loubet e Zeca do PT. Além disso, sua relação com figuras da política local, como Bernal, Gilmar Olarte, Murilo Zauith e Jerson Domingos, levanta dúvidas sobre o que esses apoios realmente significam em termos de troca de favores políticos.
Em um evento recente, a aproximação de Rose com o PDT e o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, confirmou sua aliança com a esquerda. Rose não apenas acolheu Lupi calorosamente em Campo Grande, mas também destacou o papel do PDT na construção de sua campanha. O evento, adornado de vermelho, com bandeiras que representam o histórico da esquerda brasileira, reforçou a imagem de Rose como uma política que tenta agradar a todos, sem posicionamento firme.
Porém, enquanto Rose faz afirmações populistas sobre a economia de Campo Grande, alegando que o problema da cidade “não é falta de dinheiro”, a realidade financeira da prefeitura conta outra história. O orçamento previsto está abaixo das expectativas e a próxima administração terá que lidar com escassez de recursos. Parece que Rose prefere ignorar esses fatos, concentrando-se em manter sua imagem popular.
Com sua campanha populista, Rose Modesto parece uma candidata desconectada das necessidades reais de Campo Grande. Sem clareza de valores ou propostas, ela arrisca fracassar mais uma vez ao tentar se apresentar como a solução para os problemas da cidade, mas oferecendo apenas a velha política disfarçada de novidade.