O segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia, realizado neste domingo (19), marcou a vitória do esquerdista Gustavo Petro sobre o empresário direitista Rodolfo Hernández. Conhecido por seu histórico como ex-guerrilheiro, Petro recebeu 50,4% dos votos contra 47,3% de Hernández.
Nascido na cidade de Ciénaga de Oro, que fica na província de Córdoba, Petro tem 62 anos. A relação do presidente eleito com a guerrilha começou quando ele tinha 17 anos. Na época, Petro se juntou ao grupo guerrilheiro chamado Movimento 19 de Abril, conhecido como M-19. Em 1985, ele foi preso por posse ilegal de armas e ficou 18 meses na cadeia.
Enquanto atuava na guerrilha, Petro se formou em Economia na Universidade Externado, de Bogotá. O grupo guerrilheiro foi desmobilizado em 1990, quando se transformou no partido político Aliança Democrática M-19, do qual o presidente eleito foi um dos fundadores.
Na política, Petro foi eleito para deputado em 1991, função que cumpriu até 1994 quando tentou a reeleição, mas não conseguiu. Após ameaças de morte, ele se mudou para a Bélgica, onde atuou como funcionário da embaixada colombiana. Já em 1998, se elegeu para um novo mandato como deputado, mas por outro partido que fundou com outros ex-militantes que saíram do M-19.
No ano de 2006, Petro foi eleito senador, função pela qual fez grande oposição ao então presidente do país, Álvaro Uribe. Em 2010, concorreu pela primeira vez à Presidência da Colômbia, mas teve pouco mais de 9% dos votos. Um ano depois, Petro foi eleito como prefeito de Bogotá, capital do país, cargo que ocupou até 2015.
Em 2018, novamente candidato à presidência, Petro foi criticado pela amizade com o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez. Na época, ele foi acusado pela oposição de querer transformar o país em uma nova Venezuela. Ao final da eleição, foi derrotado no segundo turno para Iván Duque.