Com o objetivo de confrontar o presidente Jair Bolsonaro, a bancada do PT decidiu apoiar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara.
A adesão à campanha do deputado foi aprovada por 27 votos, contra 23, em reunião virtual de mais de duas horas, realizada na tarde desta segunda-feira (4).
A eleição que renovará a cúpula do Congresso será no dia 1º de fevereiro e Baleia tem como principal adversário o líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), que tem o aval do Palácio do Planalto.
No dia 18 de dezembro, o PT já havia assinado um documento em apoio ao bloco dos partidos aliados a Rodrigo Maia (DEM-RJ), do qual Baleia faz parte.
Mesmo assim, a bancada continuava dividida em lançar um candidato próprio, dentro do grupo, ou endossar a candidatura de Baleia, que é presidente do MDB.
Líderes do PT estão reunidos na tarde desta segunda com colegas da oposição, do PSB, PDT, PCdoB e Rede. Os partidos pretendem divulgar o apoio à candidatura de Baleia, conjuntamente.
Juntas, as cinco legendas somam 119 deputados, considerando as bancadas atuais com as últimas mudanças, em razão das eleições municipais.
O PSOL, com 10 parlamentares, deve ficar de fora do anúncio desta segunda.
A bancada está dividida e tem reunião agendada para o dia 15.
EMBATE NA VOTAÇÃO
Com o argumento de derrotar o presidente da República, Jair Bolsonaro, a oposição definiu nesta segunda-feira, 4, apoiar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa para o comando da Câmara nos próximos dois anos.
O principal adversário dele é o líder do PP e do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tem o aval do Palácio do Planalto.
A definição desta eleição marcada para o dia 1º de fevereiro será decisiva para os últimos dois anos do governo de Bolsonaro.
É o presidente da Câmara quem decide quais projetos serão votados ou na Casa e quais barrar, além de ser responsável por dar andamento ou engavetar pedidos de impeachment.
Apesar de já ter assinado uma carta de adesão ao bloco de partidos aliados ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do qual Baleia faz parte, a oposição não tinha ainda batido o martelo em apoio à candidatura do deputado e ameaçava até hoje lançar um nome próprio na disputa, o que poderia embaralhar a eleição e enfraquecer o emedebista.
Apoiado pelo PT, Rossi enfrenta líder do Centrão – Arquivo de imagens
Em nota divulgada no período da noite desta segunda-feira, os presidentes e líderes da Rede, PSB, PCdoB, PDT e PT listam compromissos assumidos por Baleia em troca do apoio dos partidos, como a defesa da Constituição, da democracia e da livre atuação da oposição na Câmara.
“Nós, dos partidos de oposição, temos a responsabilidade de combater, dentro e fora do Parlamento, as políticas antidemocráticas, neoliberais, de desmonte do Estado e da economia brasileira, e de lutar para que nosso povo possa ter resguardados o direito à vida, à saúde, ao emprego e renda, à alimentação acessível, à educação, à moradia, entre outros direitos essenciais”, dizem os partidos.
A carta dos partidos cita outros compromissos, como o comprometimento de dar espaço à oposição na Casa se vencer a eleição interna, e não barrar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e convocações de ministros do governo Jair Bolsonaro, além de pautar projetos de decreto legislativo, capazes de derrubar decretos presidenciais.
Juntas, essas cinco legendas da oposição somam 119 deputados, considerando as bancadas atuais dos partidos com as últimas mudanças devido às eleições municipais.
O PSOL, também parte da oposição e com dez parlamentares, ficou de fora do anúncio desta segunda-feira, mas ainda pode aderir. A bancada está dividida e tem reunião agendada para o dia 15.
Baleia já tem o apoio do seu partido, do qual é o presidente, além do PSDB, DEM, Cidadania, PV e do rachado PSL. Essas siglas somam atualmente 159 deputados. Com a oposição, o bloco fica com 278.
Na outra ponta, o bloco de Lira, líder do Centrão, tem o aval de dez partidos (Progressistas, PL, Republicanos, PSD, Solidariedade, PTB, Pros, PSC, Avante e Patriota), que somam 203 parlamentares.
Para ganhar a eleição, o candidato precisa ter a maioria dos votos dos 513 deputados, ou seja 257 votos em primeira votação, ou ser o mais votado em segundo turno.