O Relatório Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 14, projeta aumento de 5,65% para 6,45% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), índice de inflação oficial do país. A pesquisa semanal coletada pelo Banco Central (BC) com cem instituições financeiras já apresenta o impacto do reajuste dos combustíveis, anunciado na última semana.
Desta forma, a projeção do mercado para a inflação de 2022 segue acima da meta do Banco Central, de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual. Esta é a nona semana seguida de alta registrada no índice IPCA.
Caso o BC não consiga cumprir sua meta de inflação, como estima o mercado no retrato desta semana, este será o segundo ano consecutivo de previsão imprecisa. Em 2021, o IPCA ficou em 10,06%, acima do patamar estipulado pelo Conselho Monetário Nacional para o ano, de 3,75%.
Na última semana, depois de 57 dias sem alterar os preços, a Petrobras anunciou um novo reajuste para os combustíveis nas refinarias, em consequência da crise internacional do petróleo, gerada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. Os aumentos serão de R$ 0,61 para a gasolina e de R$ 0,90 para o diesel, em elevação de 18,8% e de 24,9%, respectivamente.
Selic, PIB e dólar
Além da inflação, a pesquisa do Banco Central com o mercado divulgada nesta segunda-feira também indica aumento na expectativa para a Selic, taxa básica da economia nacional, de 12,25% para 12,75%. O Relatório Focus ainda estima elevação do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,42% para 0,49%.
As instituições financeiras consultadas projetam também uma leve queda na cotação do dólar no fechamento do ano, com R$ 5,30.
Por fim, o mercado também reajustou para cima as projeções para a inflação e para a Selic de 2023 e 2024. A expectativa para o IPCA do próximo ano subiu de 3,51% para 3,70% e a do ano seguinte, de 3,10% para 3,15%. Por sua vez, a da Selic foi de 8,25% para 8,75% em 2023 e de 7,38% para 7,50% em 2024.