O Ministério Público Federal foi um dos poucos órgãos de estado a não terem se posicionado contra as falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou não realizar as eleições em 2022. O silêncio da instituição provocou reações dos procuradores para que o MPF se manifeste.
A reação dos procuradores está acontecendo no sistema interno do MPF, onde classificam como “excessivo” e “inaceitável” o silêncio do procurador-geral da República, Augusto Aras, e do vice-procurador da República, Humberto Jacques de Medeiros, o representante do MPF no Tribunal Superior Eleitoral.
Os procuradores insatisfeitos apontaram no silêncio de Aras a quebra do artigo 127 da instituição, que estabelece que cabe ao MPF a defesa do regime democrático.
Aliados de Aras dizem que ele segue a máxima “agir quando há fatos, atos ou omissões, mas blablablá não fará com que Aras se manifeste.”
O PGR diz também que é alvo de campanha desde que chegou ao cargo e que sua gestão é a mais produtiva da PGR dos últimos 10 anos. Para justificar isso, o MPF deve entregar relatório de atividades em agosto.
No texto vai constar que o MPF impetrou 2.551 medidas extrajudiciais em relação à pandemia e que no total foram 10.888 ações impetradas na gestão Aras. O texto vai ser usado para mostrar que, apesar das críticas, Aras está agindo.
As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.