O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD, pela sigla em inglês) anunciou, nesta segunda-feira (30), a identificação de uma nova variante do coronavírus.
A mutação denominada C.1.2 foi detectada pela primeira vez em maio deste ano, nas províncias sul-africanas de Gauteng (onde estão Johanesburgo e Pretória) e na vizinha Mpumalanga. Essa variante já foi detectada também nas outras sete divisões administrativas do território da África do Sul, segundo informações oficiais.
Além disso, a C.1.2 foi identificada em países como Nova Zelândia, Portugal, Suíça e Ilhas Maurício.
A nova variante do novo coronavírus compartilha algumas características de outras mutações, como a Delta, originária da Índia, e a Beta, da própria África do Sul.
A pesquisadora do NICD Cathrine Scheepers, em entrevista coletiva, informou que a C.1.2 apresenta “até 59 mutações, o que é muito”, enquanto outras apresentam cerca de 25. Até o momento, apesar da capacidade de mutação, a C.1.2 não é considerada uma “variante preocupante”, segundo o critério utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por estar sendo detectada com baixa frequência, disse a médica do NICD Jinal Bhiman.
Questionada se a nova variante é mais transmissível do que outras, Scheepers respondeu que ainda não é possível determinar isto e destacou que pesquisas continuarão sendo realizadas, inclusive para avaliar o papel das vacinas no combate às novas cepas do coronavírus.
– Segundo nosso conhecimento das mutações nesta variante, suspeitamos que poderia reduzir parcialmente a resposta imune, mas, apesar disso, as vacinas seguirão oferecendo alto nível de proteção contra internações e mortes – apontou o NICD, em comunicado.
O professor Adrian Puren, que também integra o instituto sul-africano, garantiu que as vacinas utilizadas no país (no caso, a Janssen e a Pfizer) são efetivas contra a variante, por isso não haveria motivo para a população entrar em pânico.
Por outro lado, a professora Penny Moore, também do NICD, afirmou que a pandemia na África do Sul segue tendo a variante Delta como dominante.
– Esperamos que sigam surgindo novas variantes onde quer que se propague o vírus. A vacinação segue sendo fundamental para proteger as pessoas de nossas comunidades com alto risco de internação e morte, para reduzir a pressão no sistema de saúde e para ajudar a atrasar a transmissão [da Covid-19] – indicou o instituto, em nota.
Até o momento, a África do Sul registrou pouco mais de 2,7 milhões de casos de infecção pelo coronavírus e 81,8 mil mortes provocadas pela Covid-19.