Um das condenações de Sérgio Cabral caiu ontem por causa de erros procedimentais de Marcos Bretas, nome à frente da falecida Lava-Jato no Rio de Janeiro.
A grande mídia promoveu um semi-escândalo, claro, tentando limpar a barra de Moro ou lhe dar subsídios pra se defender na possível campanha eleitoral do ano que vem.
A histeria é injustificada. Cabral tem mais de vinte condenações por enquanto, suas penas, somadas, passam de quatrocentos anos de prisão. Ele é réu confesso, inclusive, e portanto a anulação de meia dúzia de suas sentenças não vai significar nada.
O interessante é notar o desespero da Rede Globo para emplacar de qualquer maneira o discurso de que Moro é o único nome alternativo a Bolsonaro e Lula. Basta sair qualquer pesquisa mequetrefe apresentando o ex-ministro com dois ou três pontos percentuais à frente do quarto colocado pra imprensa gritar que ele ”se consolidou como terceira via”.
Não se consolidou. E não tem chance nenhuma de tirar Bolsonaro do segundo turno. Já imaginamos os litros de choro dessa gente quando os próximos levantamentos de institutos mais confiáveis apresentarem queda na desaprovação do governo. Vai ter gente no Jardim Botânico e no PROJAC querendo se atirar pelas janelas.
Quanto a Sérgio, ele precisa pesar bem sua situação. O ex-juiz precisa de imunidade parlamentar. Uma tremenda ironia do destino, não é? E pra ter imunidade parlamentar, ele não pode perder as eleições. Ou seja, tentar a presidência da República não é um bom caminho.
Em um país soberano, o candidato da Rede Globo seria réu da verdadeira justiça.