“Em 2022, pediram minha expulsão do Novo quando declarei voto no 2º turno contra Bolsonaro. Agora, o partido faz coligação com o PT e outras legendas de esquerda. Esse é o novo Novo. Nem liberal e nem bolsonorarista. Apenas oportunista”, disse Amoêdo nesta quarta-feira.
Na época, em publicação dividida em oito tuítes, o empresário criticou a postura da legenda que, segundo ele, “foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”. “O NOVO atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia.
O partido, mesmo com o péssimo desempenho eleitoral, com a perda de milhares de filiados, a saída de inúmeros dirigentes, não esboça qualquer sinal de retomar o caminho original”, afirmou.
Também houve críticas diretas à direção do partido — hoje presidido por Eduardo Ribeiro. Para Amoêdo, os dirigentes da instituição preferem “ignorar as evidências, buscam silenciar as vozes divergentes, transferem responsabilidades e seguem prometendo que ‘agora será diferente’”.
“Esse Novo, definitivamente, não me representa. Neste cenário, seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta. A minha saída do Novo em nada muda a vontade de ajudar o Brasil. Espero levar os aprendizados desse projeto e, junto com aqueles que conheci e que compartilham dos mesmos valores, trabalhar pelo que sempre foi meu objetivo: contribuir para melhorar a vida dos brasileiros”, conclui.
Após a saída, o político vem sendo um crítico recorrente do ex-partido. Recentemente, criticou a filiação de Deltan Dallagnol e o uso de verbas públicas do fundo partidário pela legenda.
Nota do partido Novo ao Globo: Leia a íntegra da nota.
“Em abril de 2024, o Novo foi o único partido de direita a aprovar uma diretriz publicada no Diário Oficial da União (DOU), que proíbe coligações com partidos de esquerda como PT, PCdoB, PV, e a federação PSOL-REDE.
Os prints que circulam sobre uma suposta coligação do Novo com o PT em Lavras da Mangabeira, no Ceará, não são oficiais. Sequer haverá candidatos do Novo nessa cidade, não houve nem convocação de uma convenção municipal para deliberar candidaturas, muito menos coligações, e a Comissão Provisória foi destituída.
O partido Novo repudia a utilização indevida do nome da instituição em material gráfico e destaca que seu departamento jurídico já foi acionado para restabelecer a verdade.
Para o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, comentários desnecessários só fazem lembrar a força que o Novo tem e o tanto que o partido voltou a crescer. “Somos o partido que mais faz oposição no Congresso Nacional. Temos firmeza e convicção nas bandeiras que defendemos. E vamos seguir em frente lutando contra os retrocessos do PT”, declarou Ribeiro.