O Brasil precisa de uma nova esquerda

Conforme o colunista, talvez Karl Marx tivesse razão: o mundo enfrenta uma luta de classes. Mas quem ficou ao lado dos ricos foram os marxistas

Em artigo publicado na Edição 126 da Revista Oeste, o jornalista Dagomir Marquezi defende a ideia de uma nova esquerda, diferente das “ideias mofadas” representadas por Lula e seus companheiros. Conforme o colunista, a esquerda decadente, representada hoje pelos marxistas que ficaram ao lado dos ricos, virou uma engrenagem de manutenção de privilégios no aparelho estatal.

“O Brasil precisa, sim, de uma esquerda”, escreveu Marquezi. “Mas de uma nova esquerda — construtiva, produtiva, civilizada, ética, livre de dogmas apodrecidos, honesta e liberta de um passado de tiranias e horrores. Uma esquerda que dialogue com a sociedade, que lute com suas convicções pela população — e não por corporações corrompidas e grupinhos de milionários.”

O jornalista também rememora lembranças dos “mártires” do passado da esquerda brasileira, como José Dirceu (galã do idealismo juvenil), José Genoíno (algemado pela “redenção” dos aliados), Francisco Julião (líder das Ligas Camponesas de Pernambuco) e o próprio Dagomir Marquezi (pequeno-burguês que não dispensava chuveiro elétrico e Choco Milk geladinho). Talvez o último seja o retrato mais fiel da esquerda no planeta.

“A esquerda brasileira nunca teve tanto poder, na mídia, no aparelho estatal, no sistema de educação, na imprensa, nas altas Cortes de justiça. Eles mandam — e mesmo assim parecem perdidos. Imagino o que Barbara Gancia deve ter levado de bronca dos companheiros pelo seu suposto sincericídio. Na minha opinião, petistas e agregados deveriam agradecer a ela por ter exposto uma crise que pode ir para debaixo do tapete, mas que nem por isso vai parar de crescer.”

“Eu me declarei “socialista” com 12 anos de idade, pouco depois da instauração do regime militar. Cresci ouvindo na escola histórias da resistência e do sacrifício que a esquerda fazia para nos libertar da ditadura. Ouvia casos de mártires que se imolavam para que a gente um dia pudesse viver no paraíso comunista. Viver como em Cuba de Fidel Castro, onde, segundo quem contava essas histórias, todos eram iguais, bem nutridos e servidos gratuitamente pelos melhores médicos do mundo.”

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