Com o ano eleitoral aquecendo os tambores para dar a largada à corrida presidencial, começam as especulações sobre grupos que se aproximam e se afastam para o fortalecimento das campanhas.
A gestão Bolsonaro se encaminha para o fim, e não se sabe ainda se continuará ou se será substituída pelo apontado como favorito nas pesquisas, o ex-presidente Lula.
No entanto, mesmo que outra administração chegue ao poder, o governo do presidente, Jair Bolsonaro (PL), foi marcado por forte presença militar, não só por princípios ideológicos como pela quantidade de cargos que foram ocupados por fardados, a começar pelo próprio Bolsonaro e seu vice, general Hamilton Mourão.
Portanto, é difícil não surgir a pergunta se essa influência vai continuar com o possível próximo mandato do petista.
De acordo com Folha de São Paulo, o radar de Lula já captou e registrou as sinalizações recentes dos militares acerca das eleições deste ano, contudo, o ex-presidente não pretende estreitar laços com o setor.
A mídia relata que o petista tem dito a aliados que a relação com os militares será pautada em sua experiência anterior durante seus oito anos de governo (2003-2010). A verbalização de Lula sobre o setor é anedótica, dizendo que os militarees começaram seu governo sem ter o que comer em quartéis e saíram com submarinos.
Recentemente, alguns movimentos do setor têm dado a impressão de que, caso Lula ganhe, as Forças Armadas estariam ao lado do ex-presidente.
Nesta semana, algumas importantes figuras da corporação, como o general Paulo Chagas e o comandante da Força Aérea Brasileira, Carlos de Almeida Baptista Junior, deixaram a mensagem de que não interessa quem vai ocupar a cadeira da presidência, as Forças Armadas vão apoiar quem quer se seja, conforme noticiado.
Mesmo assim, ainda há uma grande resistência a um terceiro governo do petista no meio, como um recente almoço em Brasília com influentes militares da reserva, relatado pela mídia, no qual ficou claro que o petista segue sendo muito malvisto na corporação. Até hoje, os fardados não teriam conseguido desassociar a image de Lula da corrupção revelada pela Operação Lava Jato.
Em público, o ex-presidente mantém o distanciamento. Em 2021, Lula disse, em tom crítico, que só falaria com militares se eleito, de acordo com a Folha. No entanto, este ano, já acenou ao diferenciar os fardados da ala oriunda das Forças no governo, a quem descartou como representativa do estamento como um todo.