Nelsinho Trad tem o gabinete mais caro do Senado nos 4 primeiros meses do ano

Na comparação com as outras duas senadoras de Mato Grosso do Sul, a discrepância entre os gastos se agrava

Por meio do Portal de Transparência e Prestação de Contas, é possível verificar que o Senado Federal já tomou do pagador de impostos brasileiro mais de R$ 14 milhões nos primeiros quatro meses deste ano, para ressarcir despesas, inclusive pessoais, dos 81 senadores. 

Trata-se da conhecida Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, que inclui qualquer tipo de despesa, desde festas, aluguel, água e luz a telefone, combustível e passagens aéreas, que variam por unidade da Federação, mas vão de R$ 21.045,20 por mês para os senadores de Goiás e do Distrito Federal a R$ 44.276,60 para os de outros estados. 

A conta não considera os “generosos” salários dos assessores dos parlamentares, que recebem de R$ 2,9 mil a R$ 17,3 mil, sem contar as gratificações que engordam os holerites. Apesar do caríssimo e numeroso corpo de servidores do Senado, os parlamentares podem nomear até 50 pessoas por gabinete.

CAMPEÃO DE GASTOS

O Correio do Estado analisou as informações contidas no Portal de Transparência e Prestação de Contas do Senado Federal e, para surpresa geral, o campeão de gastos é, até agora, o gabinete do senador Nelsinho Trad (PSD-MS). 

Somente nos primeiros quatro meses deste ano, as despesas do parlamentar chegaram a mais de R$ 250 mil, ficando bem à frente dos colegas de Senado oriundos dos estados do Norte, do Nordeste, do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste.

Em número exato, Nelsinho Trad já gastou, neste início de ano, R$ 250.337,88, e a maior parte, R$ 175.440,33, foi com aluguel de imóveis para escritório político (R$ 24.289,33), aquisição de material de consumo (R$ 750,00), locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis (R$ 640,90), contratação de serviços de apoio ao parlamentar (R$ 6.526,00), divulgação da atividade parlamentar (R$ 119.425,00) e passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais (R$ 23.809,10).

Além disso, apenas com viagens oficiais foram mais R$ 49.162,09, e outros R$ 25.735,46 com consumo de material (R$ 2.433,43), Correios (R$ 18.158,21) e cotas para impulsionamento em mídias sociais (R$ 5.143,82). 

COMPARAÇÃO ESTADUAL

Se o gabinete do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) é o mais dispendioso entre todos os 81 senadores brasileiros, na comparação com os gabinetes das suas colegas de Casa de Leis de Mato Grosso do Sul, a diferença se agrava.

A reportagem resolveu fazer as contas e constatou que a diferença chega a ser abissal, pois a senadora Tereza Cristina (PP-MS) soma gastos de R$ 25.109,19 de janeiro a abril deste ano, enquanto a senadora Soraya Thronicke (União-MS) acumula gastos de R$ 72.525,67.

Ou seja, juntando os gastos das duas parlamentares, dá um total de R$ 97.634,86, isto é, as despesas do gabinete do senador Nelsinho Trad representam duas vezes mais do que os gastos somados dos gabinetes das duas senadoras sul-mato-grossenses. 

COMPARAÇÃO REGIONAL

Na comparação com as despesas dos gabinetes de seus colegas de Casa de Leis dos estados do Mato Grosso e de Goiás – o Distrito Federal não entra, pois os senadores já residem no local e, portanto, as despesas tendem a ser muito menores –, as do senador Nelsinho Trad continuam muito altas.

No caso do senador Jayme Campos (União-MT), as despesas do seu gabinete somam R$ 135.209,04, enquanto para a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) o montante é de R$ 132.279,17 e para o senador Wellington Fagundes (PL-MT) chega a R$ 150.569,78. 

Já o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) teve despesas do seu gabinete no total de 
R$ 9.322,20, enquanto o senador Wilder Morais (PL-GO) gastou R$ 18.451,49. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) ainda não utilizou recursos da cota.

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