‘Não estou acusando de corrupção’: Bolsonaro diz que mandou investigar preço da CoronaVac

Presidente alega ter recebido documentos com oferta para comprar vacina chinesa contra a COVID-19 pela metade do preço praticado pelo Instituto Butantan.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (22) que mandou investigar uma suposta oferta da vacina contra a COVID-19 CoronaVac que custaria metade do preço cobrado pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Bolsonaro teria mandado a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça investigar o caso, e disse que fará o mesmo com o Tribunal de Contas da União (TCU).

“Chegou documentação para nós, não vou entrar em muito detalhe, a empresa que fabrica a CoronaVac, matriz que fornece o IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo] na China, oferecendo para nós, agora, essa vacina a US$ 5 [aproximadamente R$ 26,13]”, afirmou Bolsonaro à rádio Banda B, e citado pelo jornal O Globo.

O Instituto Butantan vende a vacina dose da US$ 10 (R$ 52,26) e é parceiro da empresa chinesa Sinovac Biotech Ltd., de onde o presidente teria recebido os documentos. O instituto brasileiro fabrica e comercializa o imunizante no Brasil.

“O que nós fizemos de imediato? [O ministro da Saúde Marcelo] Queiroga conversou comigo, encaminhamos esse oferecimento de vacina para a CGU. Ontem [21 de julho] encaminhamos ao Ministério da Justiça e hoje encaminharemos para o TCU para que seja investigado. Por que metade do preço agora?”, questionou o presidente, acrescentando que não está acusando ninguém de corrupção, “apenas uma documentação que nos traz uma enorme preocupação”.

Presidente Jair Bolsonaro fala com ministro da Saúde Marcelo Queiroga durante cerimônia no Palácio do Planalto, 29 de junho de 2021

© REUTERS / ADRIANO MACHADOPresidente Jair Bolsonaro fala com ministro da Saúde Marcelo Queiroga durante cerimônia no Palácio do Planalto, 29 de junho de 2021

Prevaricação

Em 12 de julho, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar se o presidente Bolsonaro prevaricou no caso das supostas irregularidades na negociação da vacina indiana Covaxin.

As investigações começaram depois que o servidor do Ministério da Saúde, Luiz Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF), afirmaram em depoimento à CPI da Covid que teriam alertado o presidente sobre anomalias nos trâmites para compra do imunizante indiano.

A apuração da PF vai esclarecer se houve ou não omissão de Bolsonaro a respeito das supostas irregularidades.

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