O papel do ex-juiz Sergio Moro nas eleições deste ano segue em aberto. Em meio às conversas sobre a candidatura da terceira via, unindo partidos de centro, o ex-ministro da Justiça afirmou que ainda não tem a definição sobre candidatura e possíveis cargos. Inclusive, diz que considera não participar do pleito.
“Tudo é possível”, afirmou Sergio Moro, em entrevista à CNN, nesta quarta-feira, 20.
“Me coloquei naquela situação, que todos os pré-candidatos à Presidência da República deveriam se colocar: o de desprendimento. A gente tem que construir um cenário de união, para que possamos vencer os extremos. Então, não está descartada nenhuma situação. Eu posso inclusive não concorrer a nada. Não vivo da política. Eu voltei para ajudar na construção de algo que possa vencer esses extremos políticos.”
Depois da troca de partidos, saindo do Podemos para o União Brasil, Moro diz que neste momento apoia o nome de Luciano Bivar, a sugestão pontual da sua legenda para o bloco da terceira via nas eleições. Também participam das conversas em torno da candidatura única o PSDB, o MDB e o Cidadania.
“O importante é ter esse centro, essa via democrática contra dois extremos, de Lula e Bolsonaro. Ninguém queria ser vice. Eu fiz um gesto de dar um passo atrás, para permitir esse centro democrático. Sou um soldado da democracia, não estou atrás de cargo. Os ânimos podem se acirrar se não tivermos alternativas”, comentou.
Além de Bivar, pelo União Brasil, estão sobre a mesa do bloco de terceira via os nomes da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), derrotado nas prévias de seu partido por João Doria.
Moro desconversa sobre o Senado
Em pronunciamento anterior, já depois de ingressar no União Brasil, Moro descartou a possibilidade de se candidatar a deputado federal por São Paulo, para onde transferiu o domicílio eleitoral. Na entrevista desta quarta-feira, o ex-juiz também preferiu contornar questionamento sobre uma eventual decisão de tentar o Senado, com uma resposta sem confirmação ou negativa.
“Sou cidadão honorário de várias cidades de São Paulo, recebi a ordem do Ipiranga e nasci em Maringá, no norte do Paraná, perto de São Paulo. Achei que era um movimento político necessário vir para São Paulo, que é o centro dos acontecimentos, o que acontece aqui reverbera em todo o país”, declarou.
“A gente precisa ficar atento não só ao que acontece no cenário nacional, mas também no cenário regional”, concluiu.