Pré-candidato do PSD ao governo de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad afirma que se levantou da cadeira de prefeito de Campo Grande para disputar a corrida eleitoral movido pelo anseio popular e amparado por pesquisas qualitativas encomendadas pelos próprios adversários.
“Primeiro [pesou na decisão], o anseio popular. Em segundo, a confirmação dos pedidos das pessoas com as pesquisas qualitativas, todas elas realizadas pelos meus concorrentes e que chegaram até a mim. Além disso, o que me moveu também foi a certeza da competência da Adriane [Lopes] e o caixa em dia. Deixamos R$ 337 milhões, o 13º salário provisionado e R$ 1,5 bilhão de recursos garantidos e projetos aprovados.”
Com vários mandatos no currículo, ele diz que pretende passar pelos 79 municípios de Mato Grosso do Sul e ouvir representantes da sociedade para elaborar o planejamento estratégico de gestão do Estado. Um dos principais pedidos é a geração de emprego, setor que pretende alavancar com atração de indústrias, capacitação de mão de obra e obrigatoriedade de contratação dos “filhos da terra” em troca de incentivos fiscais.
Advogado e professor universitário, Marquinhos tem 57 anos e já foi secretário municipal por oito anos, vereador por dois anos, deputado estadual por dez anos e prefeito de Campo Grande por cinco anos e três meses. Ele é casado, pai de quatro filhas e conta que, nos momentos de lazer, tem trocado o futebol por brincadeiras com as duas netas.
Evangélico, o pré-candidato foi questionado se acredita que o eleitor decide o voto por fé ou proposta.
Não são em alguns discursos que eu pontuo Deus, são em todos os discursos. E o Deus que eu sirvo ama até o ateu. Eu respeito pelo estado ser laico qualquer opção religiosa escolhida pelo ser humano. Sou muito pequeno para julgar alguém. Espero um eleitor afastado de emoções, radicalismo, extremismos e que escolha alguém preparado, com capacidade administrativa e vida limpa.”
Marquinhos pretende reproduzir programa municipal para alavancar criação de empregos. (Foto: Marcos Maluf)
Geração de empregos – Para elaborar o planejamento estratégico, o pré-candidato percorre municípios e se reúne com líderes comunitários, presidentes de clubes de mães, moradores dos bairros, vereadores, comerciantes, educadores. Um pedido que converge nas nove regiões é a geração de empregos.
Em Corumbá, os pedidos foram de investimento no turismo, emprego e saúde. No município de Naviraí, a reclamação foi pela redução populacional por falta de oportunidade de emprego, principalmente entre os jovens.
“Em Três Lagoas, embora eles afirmem que o gestor tem feito pela cidade, reclamam muito da ausência de cursos de qualificação no mercado de trabalho. Pontuam que todos os grandes cargos e as maiores remunerações são para pessoas vindas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.”
A proposta do pré-candidato é reproduzir o Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social), iniciativa que existe em Campo Grande e prevê que as vagas de emprego sejam ocupadas por mão de obra local.
O programa faz capacitação dos trabalhadores. “Na iniciativa privada, não vão contratar alguém porque fulano pediu ou siclano indicou. Eles querem alguém que produza dentro das empresas”. Em cinco anos e três meses, foram mais de 260 cursos de capacitação.
Orçamento – Com pormenores do orçamento estadual devidamente anotado, o pré-candidato do PSD promete transparência no uso do dinheiro público. Segundo ele, a considerar a arrecadação, sobram R$ 4,5 bilhões após transferência aos poderes, custeio e folha do funcionalismo.
“Nós não vamos guardar a sete chaves esses valores e apresentá-los somente em véspera de eleição. Vamos fazer política para os 79 municípios durante os quatro anos e não política ocasional”.
Vice e eleição presidencial – Depois de anunciar Ricardo Ayache (PSB) como vice e ver o projeto se esvaziar em questão de horas, Marquinhos faz mistério sobre o nome.
“Olha, eu tinha falado o nome do Ricardo Ayache porque fui autorizado por ele. E, por justificativas que soube através da imprensa, a figura dele preferiu ficar ao lado do governo. Confesso que não vou mais citar nome, porque senão também será cooptado.”
No campo nacional, o PSD busca apoiar um nome de terceira via para disputar a presidência do Brasil. Caso o projeto não vingue, os correligionários ficam liberados. Marquinhos não revela o candidato de preferência para presidente. “O voto é secreto. Eu sei em que eu vou votar, mas é secreto.”