O deputado federal Márcio Labre (PSL-RJ) afirmou na manhã de quarta-feira (29/7) que será necessário esperar a troca da presidência da Câmara dos Deputados, cargo ocupado hoje por Rodrigo Maia (DEM), para dar andamento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do caso Adélio Bispo.
A CPI foi proposta pelo parlamentar a cerca de dois meses, em maio, e, segundo Labre trata-se da “incapacidade das autoridades de investigação para elucidar um caso que deixou muito pouca resposta” e “um conflito objetivo de versões entre a Polícia Federal de Juiz de Fora e o Ministério Público Federal, ou seja, versões completamente diferentes para o crime“, isto conduziu o deputado à conclusão de que apenas uma terceira via seria capaz de solucionar o crime, essa via seria então uma CPI.
“Não faz sentido que dois órgãos de Estado como a Polícia Federal de Juiz de Fora e o Ministério Público Federal tenham versões tão discrepantes do que aconteceu“, acrescenta Labre.
Covid
O deputado também afirmou que a pandemia do novo coronavírus foi um impedimento. A adaptação da Câmara aos trabalhos por sessões remotas e virtuais prejudicou os contatos e a coleta de assinaturas.
“Esse processo costuma ser corpo a corpo, ombro a ombro“, disse.
Assinaturas
Até o presente a proposta possui 15 assinaturas das 171 necessárias ao andamento.
Houve também outras prioridades no meio do caminho, como o PL 2630.
A estratégia agora é esperar o retorno das atividades presenciais para coletar as assinaturas restantes.
As expectativas são positivas, segundo Labre, para coleta de assinaturas antes do final deste ano e a instalação da CPI no início de 2021.
Maia
De acordo com o deputado, a CPI não é de interesse do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia, e portanto, o que se espera é uma nova presidência mais favorável à pauta para dar início aos trabalhos.
“A gente espera que [o novo presidente da Câmara] tenha um perfil mais favorável ao presidente Jair Bolsonaro e mais sensível ao que aconteceu com ele de fato, porque a gente entende que o atual presidente [da Câmara], Rodrigo Maia, não demonstrou muita sensibilidade em relação a esta questão, não nos ajudou muito, não tem nos ajudado, não tem demonstrado qualquer interesse, não tem oferecido qualquer apoio, óbvio, é uma pauta que não interessa pra ele e nem pra oposição“, concluiu o parlamentar.