A inflação na Argentina registrada em março atingiu 6,7%. É o maior índice mensal desde que ocorreu a crise de 2002, há 20 anos.
“O nível geral do Índice de Preços ao Consumidor representativo de todas as famílias do país registrou em março uma variação de 6,7% em relação ao mês anterior”, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da República Argentina (Indec), similar ao IBGE.
De acordo com o Indec, o maior aumento de preços em março ocorreu no setor de educação, que registrou 23,6% de alta. Na segunda posição aparece Vestuários e calçados (10,9%). Na Terceira, Habitação, água, eletricidade e outros combustíveis (7,7%). Em quarto lugar está o setor de alimentos e bebidas não alcoólicas (7,2%). Esses quatro itens foram os que subiram em níveis acima da média mensal, conforme os dados do último relatório mensal do órgão.
No acumulado de 12 meses, a inflação na Argentina bateu 55,1%. Ou seja: em média, um produto que custava 100 pesos há um ano, agora, vale 155 pesos.
A causa da inflação na Argentina
“A principal causa da inflação argentina tem a ver com desajustes fiscais”, disse o economista Ariel Barraud, do Instituto Argentino de Análise Fiscal, à CNN. “A Argentina sempre financiou isso, particularmente nos últimos tempos, com emissão monetária, gerando a semente da inflação”.
“O que gerou a situação em que estamos agora foi o crescimento da participação do Estado em todos os níveis da economia”, afirmou Barraud. Desse modo, “o setor privado se vê de alguma maneira afogado por restrições tributárias e por restrições de competitividade”.
Não funcionou
Antes da elevação de preços chegar ao patamar atual, Alberto Fernández, presidente argentino, aumentou impostos e tentou impor barreiras à exportação de carne.