Inflação na Alemanha atinge maior índice em 40 anos

Conflito entre a Rússia e a Ucrânia resultou no aumento de 40% no preço da energia e interrompeu as cadeias de suprimentos

A taxa de inflação na Alemanha ultrapassou os 7% neste mês, em comparação interanual, atingindo o maior nível dos últimos 40 anos. Esses números podem ser explicados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que resultou na alta do preço da energia (39,5%) e na interrupção das cadeias de suprimentos.

Segundo a presidente do Banco Central da Europa, Christine Lagarde, o continente está entrando em uma fase difícil, visto que há altas constantes no preço da energia, dos alimentos e dos produtos manufaturados.

“Quanto mais tempo durar a guerra, maiores serão os custos econômicos e maior a probabilidade de acabarmos em cenários mais adversos”, disse Lagarde, referindo-se ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Desde o início das hostilidades, o preço do petróleo, do gás e de outras commodities subiu.

A última vez em que a inflação atingiu patamares tão altos foi em 1981, quando o preço do petróleo aumentou em razão da Guerra do Golfo.

Consequências

A crise aumenta a pressão sobre o Banco Central da Europa, que, na tentativa de combater a alta generalizada dos preços, deverá aumentar as taxas de juros.

A maior economia do continente tinha a expectativa de iniciar sua recuperação depois de dois anos de pandemia. Em novembro do ano passado, a estimativa era que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse alta de quase 5%.

“Estávamos passando por um mau momento, graças à variante Ômicron, e agora as coisas voltam a ficar sombrias”, disse Monika Schnitzer, do Conselho Alemão de Especialistas em Economia, ao portal DW. “A interrupção do fornecimento de energia da Rússia comprometerá a recuperação econômica.”

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