Indefinição de Ayache deixa PSD sem parceria para concorrer ao governo

Marquinhos convidou presidente regional do PSB para a disputa em outubro, mas até agora ele não disse nem sim nem não

A indefinição do presidente da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), Ricardo Ayache, que também comanda o PSB regional, deu um “tilt” na formação de alianças capitaneadas pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad.

O prefeito quer Ayache como vice no pleito de outubro, para brigar junto ao PSD pela sucessão do governador Reinaldo Azambuja, do PSDB. Ocorre que Ayache, embora tenha recebido o convite quase um mês atrás, ainda não expressou qualquer desejo público pela aliança e foi temerário em seus comentários.

“Reitero que qualquer definição quanto à minha participação no pleito eleitoral deste ano passa por definições partidárias nacionais e, antes de tudo, pelo debate e pela construção de um projeto junto aos que me acompanham em tantos anos de trabalho”, é o resumo do escrito em rede social por Ayache, que é cardiologista.

No sábado, o chefe regional do PSB juntou-se a uma multidão no encontro estadual do PSD, na Associação Nipo Brasileira, em Campo Grande. Lá, a festa foi de Marquinhos, lançado oficialmente como pré-candidato ao governo nas próximas eleições.  

O evento teve clima de pontapé inicial da campanha. Ayache saiu em fotografias ao lado do prefeito e do presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.  

Mas, questionado sobre a possibilidade de concorrer como vice ao lado de Marquinhos, manteve o discurso do “vamos ver”, expressão usada para concluir uma conversa acerca de algo que está para acontecer, mas segue parado.

Em sua conta no Facebook, Ayache limitou-se a dizer que: “Como presidente do PSB/MS, estive mais cedo no encontro estadual do PSD, que contou com a participação do presidente nacional, Gilberto Kassab. O partido também lançou a pré-candidatura de Marquinhos Trad ao governo de Mato Grosso do Sul. É sempre importante o debate de ideias que tenham como objetivo o desenvolvimento de MS”, frisou o dirigente socialista, encerrando o texto.

Ou seja, quanto ao convite para concorrer como vice, ele deixou um “vazio”. Semanas atrás, dia 11 de fevereiro, Ayache, também pela rede social, já havia ensaiado, mesmo sabendo do convite de Marquinhos, uma vaga opinião sobre a eventual aliança com o PSD.

Enquanto isso, os pessedistas, por meio do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, já legitimaram a pré-candidatura de Marquinhos – ele avisou que renuncia à prefeitura antes do início de abril.

Na prática, o PSD lançou a pré-candidatura sozinho, sem alianças. No discurso do encontro estadual do partido, Marquinhos disse que valoriza mais os nomes, não os partidos, meio de justificar a insistência por Ayache.

Contudo, deu a entender que teria algum outro plano reservado caso Ayache recuasse. O prefeito disse que o escolhido precisa “entender administrativamente da saúde pública, se é do PSB ou de outro partido, pouco importa”.

Tudo deve passar pela esperada federalização, na qual o PSB deve ter o ex-tucano Geraldo Alckmin como vice de Lula. Ocorrendo a união, Trad não fará palanque para Lula e buscará outro vice para a chapa. 

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