Guedes defende versão ‘enxuta’ da reforma do Imposto de Renda

Ministro da Economia também afirmou que o IPI é 'contra a indústria brasileira'

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu uma reforma do Imposto de Renda mais enxuta, reduzindo a tributação sobre as empresas e taxando os super-ricos. A proposta já passou pela Câmara dos Deputados, mas está travada no Senado, por falta de consenso.

A declaração do titular da equipe econômica do governo federal ocorreu nesta segunda-feira, 9, durante o lançamento do Monitor de Investimentos, parceria entre o Ministério da Economia e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

“Podemos fazer uma versão mais enxuta, tributando super-ricos e reduzindo o imposto sobre as empresas. É o que falta para o Brasil receber investimentos de fora. Nossa reforma reduziria impostos de 34% para 26% em um primeiro movimento”, afirmou Guedes.

Ainda em defesa à redução de impostos, o ministro disse que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é “contra a indústria brasileira”. Ele destacou que o país tem todas as matérias-primas, como o minério de ferro, mas compra chapa de aço de fora porque produzir em território nacional é muito caro.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu as alíquotas do IPI, com o intuito de estimular a economia. Porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspendeu a redução do imposto para produtos de todo o país que também são produzidos pela Zona Franca de Manaus.

A região é onde indústrias têm incentivos fiscais para se instalar. Com redução da carga tributária no país todo, ficaria menos atrativa. A decisão de Moraes é provisória.

Monitor de Investimentos

Ao comentar a iniciativa, que tem o objetivo de disseminar informações sobre investimentos e sustentabilidade nos principais setores da economia brasileira, Paulo Guedes afirmou que o observatório vai permitir registrar o ritmo de crescimento do investimento brasileiro.

Ele destacou que o Brasil está em uma fase de transição, saindo de um “modelo de investimentos públicos que se esgotou”, e que o Monitor de Investimentos vai ajudar a registrar essa mudança.

“A grande transição já está em andamento. Nós vamos registrar aqui o que o setor privado está fazendo também, independente das privatizações, das concessões”, afirmou, salientando que o monitor já mostra que já foram R$ 860 bilhões contratados em investimentos para os próximos dez anos.

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