O governo da Rússia convocou o embaixador do Reino Unido no país para protestar contra o incidente militar entre um navio de guerra britânico e caças russos no Mar Negro, na quarta-feira (23). Segundo a chancelaria russa, as ações do navio britânico foram perigosas e provocativas e, caso se repitam, podem ser retaliadas por via política, diplomática e até militar.
– Se isso ocorrer novamente, o Reino Unido será totalmente responsável pelas consequências – disse a chancelaria russa em nota, segundo a agência estatal RIA.
Na quarta-feira, aviões de guerra russos dispararam contra o destróier HMS Defender, depois de a embarcação supostamente ter entrado em águas territoriais russas próximas à Crimeia, anexada à Ucrânia em 2014. O Reino Unido nega o relato russo.
Mais tarde, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, subiu o tom em relação à nota da chancelaria e prometeu proteger as fronteiras russas a qualquer custo.
– A inviolabilidade do território russo é imperativa e será defendida por todos os meios, políticos, diplomáticos e até mesmo militares. Apelaremos à razão, [ao] exigir respeito à lei internacional. Se isso não ajudar, podemos bombardear não só o trajeto (do navio), mas o próprio alvo, se os colegas britânicos não entenderem [por] outros meios. Nenhuma opção estará fora da mesa – disse o vice-chanceler.
Segundo o comunicado do Ministério da Defesa russo, citado pela agência Interfax, o HMS Defender cruzou a fronteira russa na manhã da última terça, na área de Cape Fiolent, localizada ao sul da Crimeia.
– O destróier foi avisado com antecedência de que armas seriam disparadas em caso de violação da fronteira do Estado russo. Eles desobedeceram ao alerta.