G7: exigência russa de pagamento de gás em rublos é ‘inaceitável’

Grupo de países mais industrializados do mundo responde a declarações de Vladimir Putin em meio à crise política e econômica

O G7 manifestou nesta segunda-feira, 28, que a demanda da Rússia de receber em rublos por seu gás é ‘inaceitável’. A declaração, em nome do fórum dos países mais industrializados do mundo, veio por meio de Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha.

Na última semana, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que não aceitaria mais o pagamento em dólares ou euros do gás fornecido à União Europeia, sugerindo uma imposição da moeda local. A declaração aconteceu em meio às tensões do conflito que envolve o país na Ucrânia, com decorrentes sanções financeiras impostas por nações do Ocidente aos russos.

“Todos os ministros do G7 concordaram que se trata de uma violação unilateral e clara dos contratos já existentes, o que significa que o pagamento em rublos é inaceitável”, disse Hebeck, após uma reunião com ministros da Economia dos demais países do grupo.

“Creio que temos de interpretar essa demanda como o fato de que Putin se encontra entre a cruz e a espada”, acrescentou o político alemão.

A Rússia, atualmente, é a maior exportadora mundial de gás natural liquefeito e responde por 45% das exportações para a União Europeia. Os russos lideram o comércio global neste nicho, acompanhados de Catar e Irã.

Na última semana, autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia anunciaram um novo acordo para fornecimento de gás, de modo a limitar a dependência do continente das exportações vindas da Rússia.

Pelo acordo, os Estados Unidos garantem aos parceiros europeus o fornecimento de 15 bilhões de metros cúbicos extras de gás natural liquefeito (GNL) até o fim de 2022. Em médio prazo, na projeção para 2030, a demanda anual do continente deve ir a 50 metros cúbicos.

“Pedimos às empresas afetadas que não respondam ao pedido de Putin”, disse Habeck, nesta segunda-feira. “A tentativa de Putin de nos dividir é evidente”, acrescentou o ministro alemão, cujo país preside o G7 neste ano.

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