A Assembleia Nacional da França aprovou nesta terça-feira (16) uma lei para supostamente ‘conter’ o aumento do islamismo em vilas e cidades que, segundo o governo, ameaça a unidade nacional.
A legislação não destacou nenhuma religião em particular, mas reprimiu práticas como o casamento forçado e os testes de virgindade, afirmou a Agência Reuters.
O texto indica medidas severas contra apologias ‘online’ a atos de violência, vigilância mais rígida de associações religiosas e restrições mais rígidas à educação de crianças fora das escolas regulares.
Segundo alguns dados, a população muçulmana na França já soma cerca de cinco milhões de pessoas.
Nos últimos anos, o país vem sofrendo diversos ataques de militantes islâmicos. Em 2020 igrejas católicas e escolas estiveram entre os alvos dos extremistas.
Conforme o Terça Livre noticiou, ao anunciar que seu governo tomaria medidas mais rígidas em relação às comunidades muçulmanas, Emmanuel Macron foi alvo de protestos até mesmo fora de seu país.
A Reuters informou que em 2022 o combate “ao extremismo religioso”, o incentivo a “identidade francesa e a segurança doméstica” estarão no centro dos debates da eleição presencial da França.
Apresentado ao parlamento no 115º aniversário da lei que consagrou a separação entre Estado e religião na França, o projeto de hoje foi rotulado por alguns políticos da esquerda como um ataque ao Islã e como muito fraco pela direita e pelos conservadores franceses.
O texto representou uma “ofensiva poderosa” por parte do estado secular, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin.
“É um texto difícil… mas necessário para a República”, disse Darmanin à rádio RTL antes da votação.
O projeto foi aprovado por 347 votos a 151 na câmara baixa do parlamento (Assembleia Nacional Francesa), onde o partido centrista do presidente Emmanuel Macron e seus aliados têm a maioria das cadeiras.
A câmara alta, Senado Francês, onde a oposição de centro-direita é maioria, receberá agora a proposta para votação.
O debate em torno da lei ficou mais acirrado após a decapitação de um professor, Samuel Paty, em 16 de outubro, por um adolescente islâmico que disse querer puni-lo por mostrar cartuns do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão.
A líder da direita, Marine Le Pen, criticou o projeto e o ministro do Interior, Darmanin, porque o texto do projeto não enfrenta ‘o Islã radical de frente’, mas atinge a liberdade das famílias que optam pelo ensino domiciliar no país.
“Você está restringindo a liberdade de todos de tentar modificar as liberdades de alguns islâmicos”, disse ela a Darmanin em um debate na semana passada, referindo-se às restrições ao ensino em casa.
Agência Reuters.