Militares da Força Nacional de Segurança Pública irão atuar por 180 dias em Mato Grosso do Sul, a contar a partir desta quinta-feira (16), com objetivo de evitar confrontos armados entre indígenas e produtores rurais em Caarapó e Dourados. Portaria com autorização para prorrogação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
Segundo a portaria, Força Nacional poderá ser empregada com enfâse em ações de policiamento ostensivo, para prevenção de conflitos agrários por questões fundiárias, em caráter episódico e planejado, em apoio aos órgãos de segurança pública no Estado de Mato Grosso do Sul.
O pedido para atuação da Força Nacional foi feito pelo governador Reinaldo Azambuja depois conflitos entre produtores rurais e indígenas ocorridos em Dourados no dia 3 de janeiro deste ano.
Em Caarapó, a Força Nacional atua desde junho 2016 em decorrência da morte de um indígena de um indígena guarani-kaiowá na disputa agrária. Na época, a então presidente Dilma Roussef chancelou uma nova demarcação de terras indígenas, justificando a decisão baseada em estudos de identificação e delimitação de terras.
Com a sanção de Dilma, índios de uma aldeia local decidiram invadir uma fazenda e seis deles foram baleados. Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, agente de saúde da aldeia Tey Kue e filho de liderança, morreu baleado.
Depois do atentado, que ganhou as manchetes nacionais, oito fazendas nos arredores foram invadidas e permanecem ocupadas, amparadas pela decisão de 2016. A Força Nacional busca garantir que não haja novas invasões e confrontos.
A Força Nacional também atua em Mato Grosso do Sul, na cidade de Ponta Porã, em apoio às ações de combate aos crimes fronteiriços.