FAZENDEIROS PEDEM QUE PREFEITURA SEJA OBRIGADA ARRUMAR ESTRADA

(Prefeito de Figueirão, Afonso Consolaro)

Acesso vicinal é única entrada e saída para cerca de 20 propriedades da cidade.

Fazendeiros de Figueirão, município a 258 quilômetros de distância de Campo Grande, se uniram e foram até o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pedir que a prefeitura seja obrigada judicialmente a melhorar as atuais condições de uma estrada vicinal.

Ela é o único acesso que liga a rodovia MS-436 a cerca de 20 propriedades da região, segundo um dos fazendeiros afetados, Marcos Afonso Bellini. É onde produtos entram e saem das fazendas e onde alunos da área rural passam diariamente para ir até a escola.

“Pode ver que a estrada é bem estreita, dois veículos não passam ao mesmo tempo. Tem atolamento e isso encareceu o frete para nós em até 90%. Quando fala que é aqui, ninguém quer vir. Se chove, as crianças não têm como ir para a escola”, afirma Bellini, que é dono da fazenda Apoema São Francisco.

Mapa mostra a ligação da estrada vicinal à Fazenda Apoema, em Figueirão (Foto: Reprodução/Petição judicial) 

Proprietário da fazenda São Pedro, Pedro Fiori reclama que as atividades produtivas de todas as fazendas estão sendo prejudicadas. Ele conta que é preciso guinchar com tratores os carregamentos de calcário, sal mineral e adubação em caminhões de grande porte.

“A gente precisa envolver os vizinhos e pedir trator emprestado toda vez. Teve caminhão que ficou atolado 1 dia inteiro, dois dias. Se chove, as crianças ficam dois, três dias sem estudar porque nem carro passa”, relata.

Caminhonete – Marcos Afonso entrou com ação judicial à parte contra a Prefeitura de Figueirão, para pedir indenização de R$ 12.308,63 por danos à sua caminhonete, que é do modelo Amarock.

O veículo ficou amassado após se chocar contra um caminhão boiadeiro há três meses. Segundo o fazendeiro, eles transitavam em sentidos diferentes no momento do acidente.

Como ficou a caminhonete de Marcos Afonso após passar na estrada ao lado de caminhão (Foto: arquivo pessoal) 

“Com o valor do ITBI (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis) que paguei para a prefeitura quando comprei a fazenda há dois anos, já dava para ter feito esse serviço. Mas eles começam a fazer manutenção, largam e fica pela metade. Nós, fazendeiros, já oferecemos parceria, mas não tem conversa”, afirma.

Município grande – O prefeito de Figueirão, Juvenal Consolaro, afirma que a prefeitura tem conhecimento da situação e que está fazendo o que pode, considerando que é um município grande em extensão, mas com a menor população do Estado.

“Nós estamos trabalhando sem parar na área rural. Temos quase 2 mil quilômetros de estrada, não é simples cuidar disso aqui. Temos bastante dificuldades. Estamos nos esforçando, usando o dinheiro público [para sanar] todas as situações do município”, afirmou.

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