Fábio Porchat diz que “fã-clube” de Jesus é perigoso e triste

Especial de Natal do Porta dos Fundos já se tornou alvo de ação na Justiça

Ateu declarado, o ator e humorista Fábio Porchat falou sobre a relação entre humor e religião, em meio à polêmica do lançamento do especial de Natal do Porta dos fundos intitulado Te Prego Lá Fora.

Lançado nesta quarta-feira (15) no canal Paramount+, o especial aborda o que seria a adolescência de Jesus Cristo. O formato em animação não impediu que o grupo humorístico pegasse “pesado” nas piadas; muito pelo contrário. Segundo Porchat, que é o roteirista da produção. Ele assumiu que se propôs a falar uma série de barbaridades, mas que seriam “suavizadas” com o fato de não serem representadas por atores reais.

– Eu pensei na adolescência de Jesus porque daí a gente pode usar a coisa adolescente, a gente pode falar uma série de barbaridades que, no fim das contas, a animação suaviza um pouco, porque a gente sabe que é desenho, a gente sabe que é de mentira – disse a jornalistas.

– Pegar personagens como Deus e deixá-lo meio maluco, meio escroto […] Brincar com eles e torná-los humanos é o que me interessa – disse em relação a “humanizar” personagens históricos.

O ator disse que chegou a ler a Bíblia Sagrada para criar o roteiro. Ele apontou que o “fã-clube de Jesus” tem se mostrado perigoso, ao falar dos questionamentos sobre o porquê de seus roteiros não zombarem de gays, por exemplo.

– Tem gente que fala: “Brincam com Jesus, mas não fazem piada com gay”. Nós temos que lembrar que vivemos num país que mata gays por eles serem gays. Ninguém mata um católico por ele ser católico, ninguém mata um evangélico por ele ser evangélico […] É um pouco isso que o Porta sempre tentou fazer: não rir de quem está apanhando, mas rir de quem está batendo…e, ultimamente, o fã-clube de Jesus tem se mostrado bastante perigoso e bastante triste – afirmou Porchat.

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