O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira, 21. A oitiva foi solicitada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que o ex-ministro de Lula fosse ouvido em até 48 horas.
O general da reserva, que atuou na segurança pessoal de Lula nos dois primeiros mandatos, estava no Palácio do Planalto em 8 de janeiro, no momento em que vândalos invadiram o prédio. Imagens do sistema de câmeras de segurança da sede do governo, reveladas na quarta-feira 19 pela CNN Brasil, mostram uma interação do ex-ministro e de outros membros do GSI com os invasores.
Depois disso, o general da reserva pediu demissão e Lula nomeou como ministro interino do GSI Ricardo Cappelli, que atuou como interventor de segurança pública no Distrito Federal, depois dos atos de 8 de janeiro.
Na decisão que mandou ouvir o depoimento de Dias, Moraes também determinou que a PF informe se cumpriu a decisão anterior de providenciar todas as imagens de câmeras do Distrito Federal que registraram os ataques, incluindo o circuito de monitoramento do Palácio. O ministro ordenou, ainda, que todos os militares que aparecem nas gravações sejam identificados.
Gonçalves Dias é o primeiro membro do primeiro escalão de Lula a cair, embora haja denúncias graves contra outros ministros. A ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, é acusada de proximidade com milícias do Rio de Janeiro, e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, usou aeronave da FAB para ir a leilão de animais, além de empregar, na Câmara, funcionários fantasmas, que trabalhavam no haras da família, no Maranhão.