Os Estados Unidos divulgaram nesta terça-feira o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, com 8,5% de inflação no acumulado de 12 meses. Este é o maior patamar neste indicador específico em 40 anos.
O índice divulgado nesta terça-feira pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho norte-americano mede uma série de bens e gastos, como gasolina, saúde, mantimentos e aluguéis. O CPI do último mês supera, assim, a marca de 8,2% (acumulada de 12 meses) registrada em dezembro de 1981.
Segundo o relatório do governo, o índice subiu 1,2% em março (comparado com o mês anterior), com o maior ganho mensal desde setembro de 2005. Em fevereiro, o indicador havia avançado 0,8%.
O recorde do CPI em quatro décadas acontece em um cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem impactando os preços dos combustíveis nos Estados Unidos. Pelo relatório do órgão governamental, somente a gasolina teve alta de 48% em março, puxando o índice geral.
Há duas semanas, o presidente Joe Biden liberou parte das reservas estratégicas de petróleo dos EUA, para tentar frear a alta dos combustíveis no país. Na medida, o governo autorizou a venda de 1 milhão de barris por dia pelo prazo de seis meses
A instabilidade no mercado de imóveis também influenciou o índice de março. O aluguel médio de uma casa de dois quartos nos EUA hoje está no patamar de US$ 2 mil, de acordo com pesquisa do site Rent.com, representando um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No último mês, o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, aumentou a taxa de juros de 0,25% para 0,5%, em iniciativa para tentar conter a escalada da inflação. A expectativa é que o órgão promova mais seis reajustes ao longo do ano, nos esforços para administrar a instabilidade.