A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, comemorou nesta quarta-feira, 15, o fim do embargo do governo chinês à carne bovina brasileira.
A informação foi confirmada nesta manhã a Oeste pela Associação Brasileira de Frigoríficos, que recebeu o comunicado oficial do Ministério da Agricultura.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro, depois de detectar dois casos de doença da vaca louca. Os casos foram considerados atípicos por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.
Especialistas e pecuaristas esperavam a retomada breve das atividades, mas, devido à relutância do governo chinês em liberar o embarque, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil estimou um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão.
“É uma boa notícia, já esperada por nós há algum tempo. Já tínhamos passado todas as informações técnicas e aguardávamos essa confirmação”, afirmou Tereza Cristina, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
“Não sei se tivemos muitos prejuízos. No início, o produtor rural teve uma queda no preço da arroba, mas em seguida a carne reagiu”, explicou a ministra. “Nós conseguimos que os contêineres de carne para a China que haviam sido barrados fossem desembarcados naquele país. Os frigoríficos certamente tiveram alguns problemas com a logística, mas agora está tudo normalizado.”
Segundo Tereza Cristina, o fim do embargo chinês mostra a qualidade da “defesa agropecuária” do Brasil. “O melhor de tudo isso é que o serviço brasileiro, a nossa defesa agropecuária, confirma sua qualidade e a segurança que passa ao mundo na fiscalização de nossos produtos”, disse.
Indagado sobre os efeitos da medida anunciada hoje pela China, a ministra da Agricultura afirmou que, “neste primeiro momento, deve haver uma alta na bolsa e as coisas vão se normalizando”.
Alta de preços
Na entrevista à Jovem Pan, Tereza Cristina falou também sobre o impacto da inflação no setor agropecuário.
“O Ministério da Economia e o Banco Central estão tomando as medidas necessárias. A inflação não é só brasileira, mas mundial”, disse. “Houve um desarranjo mundial com a pandemia, mas o governo federal está trabalhando e tem uma preocupação muito grande com o preço dos combustíveis e dos alimentos.”
Para a ministra, a pasta tem agora de “trabalhar para que tenhamos uma produção alta”. “As estimativas é que tenhamos uma safra recorde no verão, e isso aumenta a oferta de alimentos. Aumentando a oferta, a gente espera que os preços se estabilizem ou caiam um pouco”, concluiu.