O presidente do Brasil afirmou nesta sexta-feira (26), durante a cúpula dos 30 anos do Mercosul, que a busca por consenso dentro do bloco não pode se converter em um veto permanente.
Em discurso feito por videoconferência, Bolsonaro disse que “a regra de consenso não pode ser instrumento de veto ou freio permanente”, e pediu apoio aos demais Estados-membros do bloco para ampliar as negociações comerciais com outros países e regiões.
Além disso, Bolsonaro defendeu a revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) proposta pelo Brasil e afirmou que o Mercosul precisa dar o exemplo com “resultados concretos”, promovendo um novo ciclo virtuoso que gere emprego e renda para seus cidadãos.
“A abertura comercial multiplicou o intercâmbio entre nossos países, houve crescimento e ganho no bem-estar de nossas populações. Entretanto, é evidente que o bloco ainda precisa recuperar participação relevante nos fluxos comerciais e econômicos entre os Estados-membros”, afirmou o chefe de Estado brasileiro.
Bolsonaro também destacou que os países do Mercosul devem estar preparados para a quarta revolução industrial, ocupando o espaço que lhes cabe nas cadeias econômicas internacionais, e que “as diferenças de perspectiva econômica ou política não devem afetar o processo de integração”.
“Desejamos que os resultados reflitam as premissas de liberdade política econômica expressas no Tratado de Assunção [cuja assinatura em 1991 estabeleceu a criação do bloco]”, afirmou o presidente do Brasil.
Além de focar nas questões econômicas, de comércio e na defesa da modernização da aliança, Bolsonaro abriu seu discurso com um breve comentário sobre a pandemia de COVID-19, manifestando pesar e solidariedade às famílias que perderam vidas para o novo coronavírus.
“Reafirmo minha solidariedade às famílias e meu profundo pesar pela perda de vidas e pelo sofrimento que a pandemia tem causado aos nossos povos”, disse o presidente.
Durante o seu breve pronunciamento, Bolsonaro esteve acompanhado do ministro da Economia Paulo Guedes e do ministro das Relaciones Exteriores Ernesto Araújo.
Nesse sentido, Bolsonaro assinalou que é necessário modernizar o bloco, “a partir da redução de barreiras não tarifárias e da incorporação de setores ainda à margem do comércio intrabloco”, e ressaltou que é preciso “superar as lacunas no setor automotivo e açucareiro, e alinhar as normas vigentes às melhores práticas e padrões internacionais”.