O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria, enviou uma carta ao presidente do partido, Bruno Araújo, cobrando “respeito” pela decisão das prévias do partido, que definiram seu nome na chapa ao Planalto.
No documento, Doria reafirmou que não vai desistir da candidatura e sinalizou que pode judicializar o caso, se for “abandonado” pela sigla. “Apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo”, alegou Doria, na carta.
As pesquisas de intenção de voto não podem ser “guia único” e “muito menos podem servir para guiar os destinos do partido na eleição”, argumentou o ex-governador de São Paulo, na papelada. O tucano acusou Araújo de movimentações políticas a cada semana, criando insegurança aos filiados.
Doria afirmou ainda que não abrirá mão da posição de” protagonista do projeto nacional” do partido, além de não concordar com outras pesquisas de opinião, apenas com a que foi feita internamente com os filiados.
“A decisão partidária em torno do nosso nome, e pela candidatura própria à Presidência, já está tomada desde então e, assim como respeitamos as regras objetivas e previamente estabelecidas, solicitamos que você respeite o estatuto do PSDB e a vontade democraticamente manifestada pela ampla maioria dos trinta mil eleitores do nosso partido”, escreveu o ex-governador de São Paulo.
Presidente do partido convoca reunião sobre carta de Doria
Depois de receber a carta, Bruno Araújo enviou um comunicado à Comissão Executiva Nacional do PSDB e aos deputados e senadores da legenda, convocando uma reunião para a próxima terça-feira 17.
No comunicado, o presidente do PSDB citou trechos do documento enviado por Doria, que, segundo interlocutores de Bruno Araújo, foi considerado uma afronta aos integrantes da cúpula partidária. Na mensagem ele disse que, no encontro, eventuais medidas poderão ser adotadas, sem especificar quais.