Ditadura da Toga: “Democracia no Brasil está a morrer”, segundo Wall Street Journal

O periódico nova-iorquino Wall Street Journal publicou, neste domingo (14), uma coluna opinativa escrita por sua conselheira editorial, Mary Anastasia O’Grady, em crítica à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No texto, intitulado, Elon Musk Resiste à Censura Brasileira, a jornalista afirma que a Corte está politizada e que a democracia brasileira “está a morrer em plena luz do dia”.

O’Grady iniciou sua análise informando seus leitores de que Elon Musk, dono da rede social X, tornou-se alvo dos promotores federais brasileiros e é investigado no inquérito das milícias digitais após opor-se ao bloqueio de contas de usuários brasileiros sem o devido processo legal.

A investigação tem como objetivo descobrir uma suposta conspiração, não de comandos armados, mas de locutores. (…) Esse caso não tem nada a ver com conter o domínio das grandes tecnologias ou reduzir os riscos para a democracia ou mesmo proteger as crianças das redes sociais. Esta é uma luta entre um Supremo Tribunal politizado e os críticos do presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva. Isso mostra que o Brasil não tem mais um Judiciário independente – avalia ela.

Segundo a comunicadora, o STF quer “calar os formadores de opinião cujas políticas não concorda” e muitos brasileiros acham que “o ministro de Moraes está agindo como um tirano que acredita que o seu lado é dono da verdade”.

Eles temem que um tribunal com tanto poder arbitrário seja um perigo muito maior para a liberdade brasileira do que qualquer voz independente, mesmo aquelas que estão à margem – acrescenta.

O’Grady prossegue afirmando que, na democracia liberal moderna, a “liberdade de expressão funciona como um freio ao poder absoluto”.

A editora destrincha os acontecimentos envolvendo à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2017, e as descobertas sobre o “maior escândalo de corrupção e suborno na história do Hemisfério Ocidental” perpetrado pela classe política brasileira.

Em 2018, os brasileiros elegeram o presidente Jair Bolsonaro, um estranho que prometeu limpar a casa. (…) Como presidente, Bolsonaro estava longe de ser um defensor dos mercados livres e a sua linguagem era muitas vezes imprudente. Mas a sua administração restaurou a sanidade fiscal, desregulamentou partes da economia e tornou a realização de negócios menos onerosa através da digitalização – seguiu a jornalista.

 

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