Um dia depois de descobrir que a filha era abusada pelo avô paterno, o pai da vítima viu a estrutura da família abalada pelo caso que agora está na mira da Polícia Civil. “Destruiu uma família”, comenta o comerciante de 45 anos.
Denunciado pelo estupro da neta, uma menina de 13 anos, homem de 66 anos é diácono da igreja evangélica Congregação Cristã, uma das instituições religiosas com regras mais rígidas. Ele chegou a ser o responsável por cuidar das crianças que frequentavam um dos templos em Campo Grande.
Segundo o pai, na época em que o crime aconteceu, há seis anos, o suspeito era cooperador na igreja. “Ele era um tipo de cuidador das crianças durante o culto”, lembra. Há três anos, o autor tornou-se líder religioso e agora ocupa o cargo de diácono da Congregação Cristã, igreja conhecida pela rígida doutrinação e costumes.
O comerciante conta que depois de saber sobre o crime, a mãe da vítima, filha do suspeito, precisou de amparo psicológico. “Ela só chora e precisou de acompanhamento psicológico. Ninguém acredita que um pai vai fazer isso”, explica.
O caso – O crime veio à tona depois de um comentário feito pelo avô nesta quarta-feira (20). Durante almoço em família, o suspeito disse que em casos de estupro, vítimas seriam culpadas e não autores. Indignada, a adolescente teve uma crise de choro e foi para um dos quartos da casa.
Momentos depois, já na casa dos pais, a menina se acalmou e conseguiu contar sobre os abusos que havia sofrido ainda quando tinha 7 anos. Segundo ela, durante dois meses em que ficou na casa dos avós nas férias, o suspeito tirava a roupa da vítima e a tocava.