O ex-procurador Deltan Dallagnol comentou sobre uma reportagem que supõe um acordo entre a Operação Lava Jato e autoridades dos Estados Unidos para dividir o dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por conta da corrupção.
A matéria publicada pelo UOL, em parceria com a newsletter A Grande Guerra, afirmava que a negociação não envolveu a Controladoria-Geral da União (CGU) e foi tramada por conversas em aplicativos de mensagens por procuradores brasileiros e suíços.
Pelas redes sociais, Dallagnol emitiu uma declaração oficial, dizendo que faltou apuração e contexto dos fatos por parte dos jornalistas que escrevam a reportagem baseadas em mensagens roubadas por hackers na chamada Vaza Jato.
– O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens – escreveu o ex-procurador.
Dallagnol também disse que os procuradores da Lava Jato não reconhecem as mensagens que foram obtidas de forma ilegal e, portanto, sem autenticidade.
LEIA NA ÍNTEGRA:
1. Negociações de acordos sempre foram tratadas de modo confidencial por várias razões de interesse público, que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado.
2. O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens.
3. Os procuradores da Lava Jato não reconhecem as supostas mensagens obtidas mediante crimes, sem autenticidade atestada e usadas sem critérios éticos por diversos jornalistas, que têm divulgado atividades legítimas de funcionários públicos de modo deturpado, sem apuração adequada do contexto e fechando os olhos para a gravidade dos crimes contra direitos fundamentais praticados por hackers.