Autoridades israelenses comunicaram aos EUA que o Irã está supostamente prestes a obter armas nucleares, informou neste domingo (25) Times of Israel.
Há muito tempo que Israel tem alertado que o Irã está supostamente trabalhando no desenvolvimento de armas nucleares. No entanto, acredita-se que o próprio Estado judeu já tenha obtido armas de destruição em massa e, segundo relatos da mídia, o país poderia ter pelo menos 90 ogivas.
De acordo com o jornal, que citou uma reportagem do canal israelense Kan News, o ministro das Relações Exteriores do país Yair Lapid, o ministro da Defesa Benny Gantz e outros altos funcionários emitiram um “aviso incomum” a Washington: “Este ‘limbo’ não pode ser um momento em que o Irã está avançando rapidamente para se tornar um Estado com capacidade nuclear”, disse ao canal de notícias israelense um diplomata de alto nível referindo-se às negociações de Viena, onde está sendo discutida a restauração do acordo nucelar com o Irã.
© REUTERS / MAXAR TECHNOLOGIES / HANDOUTInstalação de enriquecimento de urânio de Natanz, a 250 quilômetros ao sul da capital iraniana Teerã, 12 de abril de 2021
Na semana passada, o ministro da Defesa de Israel exortou o governo a se preparar para um cenário em que o Irã poderia obter armas nucleares. Anteriormente foi divulgado que as Forças de Defesa de Israel (FDI) solicitaram mais gastos militares com o único objetivo de se prepararem para um ataque em larga escala ao programa nuclear do Irã.
Desde abril, Viena tem sido palco das negociações da comissão conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), bem como de reuniões informais conduzidas em diferentes formatos, cujo objetivo é evitar que o acordo nuclear com o Irã se desmorone após retirada dos EUA.
Em 2018, Trump se retirou unilateralmente do acordo, impondo contra Teerã sanções sob a chamada campanha de “pressão máxima”. Como resultado, em 2019 o país persa começou a abandonar gradualmente os termos do acordo.
Assinado pelo Irã em 2015 em conjunto com Alemanha, China, França, EUA, Reino Unido e Rússia, o JCPOA exigia que Teerã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca de alívio das sanções.