Pedro Castillo tomou posse nesta quarta-feira (28) como presidente do Peru pelo período de 2021 a 2026, após prestar juramento diante do Congresso e receber a faixa simbólica.
Usando seu tradicional chapéu de palha de aba larga e um terno com motivos indígenas, Castillo foi empossado pela presidente do Congresso, María del Carmen Alva.
– Juro por Deus, por minha família, por minhas irmãs e irmãos peruanos, camponeses, povos nativos, rondeiros, pescadores, professores, profissionais, crianças, jovens e mulheres que exercerei o cargo de presidente da República no período de 2021-2016. Juro pelo povo do Peru, por um país sem corrupção e por uma nova Constituição – disse.
A cerimônia simples contou com a presença de todos os representantes dos poderes do Estado, assim como de familiares próximos do presidente.
Também estiveram presentes convidados como o rei da Espanha, Felipe VI, e os presidentes de Argentina, Alberto Fernández; da Bolívia, Luis Arce; do Chile, Sebastián Piñera; da Colômbia, Iván Duque; e do Equador, Guillermo Lasso. O representante do brasil foi o vice-presidente Hamilton Mourão.
MOMENTO CRÍTICO
Castillo assume a presidência em um momento crítico para o Peru, que sofre os efeitos da pandemia de Covid-19 e vive uma profunda polarização política.
O professor rural, de 51 anos, assume o comando do país com a maior mortalidade per capita por Covid-19 e cuja economia luta para se recuperar após a retração de 11,8% em 2020.
A vitória de Castillo nas eleições foi uma surpresa para muitos peruanos e, sobretudo, representou um duro golpe para a política tradicional no país.
O Peru, que também comemora 200 anos de independência, tem pela primeira vez, em Castillo, um chefe de Estado do campo andino, que não é procedente de suas elites políticas e centros de poder.
Durante a campanha, Castillo foi enfático ao apontar a necessidade de o Estado intervir mais na economia e insistiu em promover a criação de uma Assembleia Constituinte para criar uma nova Carta Magna, propostas que geraram polêmica.
OPOSIÇÃO
Castillo também toma posse com a certeza de que não terá facilidade na relação com seus adversários, que, desde a noite de 6 de junho (quando ele derrotou a candidata de direita Keiko Fujimori em segundo turno), começaram a duvidar sobre a legitimidade de sua vitória.
Durante semanas, Keiko denunciou a existência de uma suposta “fraude” nas urnas cometida por Castillo e por seu partido, o Peru Livre.