O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que a melhor proteção do “euro apodrecido” é a transição para novos métodos de pagamento, incluindo o uso de moedas nacionais, com uma possível criação no futuro de uma moeda de reserva dos países do BRICS.
“A melhor proteção do euro apodrecido vai se tornar a transição para novos métodos de pagamento no comércio com nossos parceiros confiáveis, incluindo o uso de moedas nacionais, tais como o rublo russo, yuan chinês, rupia indiana etc. No futuro será possível criar uma moeda de reserva dos países do BRICS. Para o mundo contemporâneo, certamente não bastam o dólar, o euro ou a libra esterlina”, escreveu Medvedev em seu canal no Telegram.
O ex-presidente russo acrescentou que a capacidade de pagamento da Europa não preocupa muito a Rússia.
“Devemos nos focar na adaptação de nossa economia às novas condições bastante duras. [Devemos] resolver problemas na indústria, bem como garantir a soberania tecnológica. Há muitas coisas para fazer”, salientou Medvedev.
Ao falar sobre o dólar e o euro, o vice-presidente do Conselho de Segurança afirmou que começam a ser realizadas as previsões sobre a chegada da crise sistemática na Zona Euro.
“Pela primeira vez em 20 anos, as taxas de câmbio do dólar e do euro se igualaram. As previsões sobre a chegada da crise sistemática na Zona Euro começam a se realizar”, escreveu Dmitry Medvedev.
O político salientou que “antes de mais nada, os europeus atiraram na própria cabeça com uma pistola de sanções” e agora “estão recolhendo frutos amargos do declínio da produção, perda de competividade de seus produtos e espera do inverno nas casas frias sem nosso gás”.
Segundo Medvedev, a moeda europeia, que está perdendo seu valor em relação à norte-americana, se tornou uma ótima demonstração de quem paga pela crise na Ucrânia.
“Washington e Londres aplicaram ‘golpe das tampinhas’ nos europeus. É bem conhecido que a guerra é a continuação da política por outros meios. Ao ter encenado um massacre econômico, era preciso levar em conta seus próprios problemas de caráter econômico-monetário, em vez de introduzir restrições tontas”, afirmou.
O ex-presidente russo acrescentou que os que estão na Casa Branca sabem essa “fórmula” melhor que os “cães de guerra de Bruxelas”.
“Punem si mesmos muito menos frequentemente, ao examinar possíveis consequências de forma detalhada. Mas ‘os idiotas europeus’ sofreram por culpa dos americanos de maneira muito mais severa. Mas não é de ter pena, porque foram eles, russófobos da União Europeia, que desencadearam a guerra híbrida contra a Rússia e abriram contra nós uma frente econômica larga”, concluiu a autoridade russa.