Adriane Lopes quebra tabu ao lutar para não ter salário reajustado

Prefeita acenou até com recurso na Justiça em iniciativa inédita nos 124 anos da cidade

Numa atitude nada habitual no ambiente dos poderes públicos, a prefeita campo-grandense Adriane Lopes (PP) ofereceu à sociedade uma demonstração elogiável de respeito ao patrimônio publico e aos princípios éticos.

Primeira mulher eleita para o cargo nos 124 anos de existência da Capital de Mato Grosso do Sul, Adriane se insurgiu contra os aumentos do próprio salário, inclusive buscando amparo judicial para impedir a medida.

Princípios pessoais e focos de gestão: Adriane foi contra o próprio aumento salarial

Embora a correção salarial dos membros dos poderes Legislativo e Executivo tenha sustentação legal e constitucionalmente pré-estabelecida, Adriane se recusou a sancionar o projeto-de-lei aprovado pela Câmara Municipal aumentando sua remuneração e dos vereadores. Ela assumiu o cargo em abril de 2022 e logo depois recebeu o projeto que o Legislativo havia promulgado para vigorar a partir de março de 2023.

A posição de Adriane Lopes se somou a outras iniciativas contrárias ao reajuste. Uma ação popular e uma recomendação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) também se levantaram, o que levou a prefeita a avisar que se nenhuma dessas medidas prosperasse ela recorreria`à Justiça.  E com esta determinação da prefeita, a antiga e constitucional tradição de reajuste salarial de prefeitos e vereadores sofreu em Campo Grande seu primeiro e mais efetivo enfrentamento.

Ao ocupar emissoras de rádio, TV e jornais para posicionar-se contra o reajuste, Adriane dava uma demonstração clara de seus conceitos éticos e do que estava disposta a fazer em defesa dos interesses da sociedade e das verbas publicas. Além dos conceitos pessoais, a prefeita tinha compreensão das graves dificuldades que o município vinha sofrendo por causa do caos financeiro que recebeu como herança da administração que a antecedeu.

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