Empresário preso pode revelar esquema de prostituição ligado a autoridades locais

Mansão servia para "festinhas" de políticos e autoridades

Nesta quarta-feira (31), um empresário foi preso em Campo Grande, por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), acusado de coação de testemunhas, obstrução de Justiça e favorecimento à prostituição. Ele estaria ameaçando mulheres que prestaram depoimento no inquérito que investiga supostos crimes sexuais que teriam sido cometidos pelo ex-prefeito da capital, Marquinhos Trad.

Após analisar o caso, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, decretou a prisão preventiva do suspeito, além de mandados de busca e apreensão de documentos e do telefone celular dele. Os policiais estiveram em dois endereços na capital para cumprir com os mandados, sendo um deles um imóvel comercial e outro onde funcionava uma casa de prostituição.

A reportagem apurou que o suspeito é Victor Hugo Nogueira da Silva, conhecido como “Filho do Rei”, e foi citado por testemunhas como a pessoa responsável por agenciar mulheres numa rede de prostituição cuja existência é investigada pela Deam. Ele seria dono da casa de prostituição e de um lava-jato, além de ter ocupado cargo de servidor público municipal.

QUEM É VICTOR HUGO?

Victor Hugo foi nomeado pela primeira vez como servidor municipal em março de 2017, três meses após Marquinhos Trad assumir a prefeitura de Campo Grande. Ele foi lotado na subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos onde ocupou a Coordenadoria-Geral de Políticas Públicas dos Direitos Humanos por oito meses, quando então foi remanejado para a Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais.

Um ano após entrar para o serviço público em cargo de comissão, Victor Hugo passou a integrar a Comissão Técnica de Parcerias Público-Privadas da Prefeitura de Campo Grande e depois o Comitê de Relações Intersetoriais de Gestão Pública.

Em julho do ano passado Victor Hugo foi exonerado do gabinete do prefeito, onde ocupava o cargo de Gestor de Projeto e nomeado para ocupar o mesmo cargo na Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), onde permaneceu por apenas três dias, sendo então exonerado.

LIGAÇÃO COM O CASO MARQUINHOS

Durante o cumprimento dos mandados judiciais desta manhã, três mulheres foram levadas para prestar depoimento na Deam. A Polícia Civil instaurou um inquérito à parte para apurar os crimes de corrupção ativa de testemunhas, coação no curso do processo e de favorecimento à prostituição.

O inquérito que investiga o ex-prefeito e atual candidato ao governo do Estado pelo PSD, Marquinhos Trad, e mais três homens ligados ao político, sendo um deles um servidor concursado na área da segurança pública, foi instaurado em julho deste ano e apura crimes de estupro, favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual, assédio sexual, importunação sexual, perseguição, posse sexual mediante fraude e vias de fato.

As investigações estão sob segredo de justiça e até o momento pelo menos 15 mulheres já teriam prestado depoimento à polícia. Logo após o caso vir a público, o ex-prefeito admitiu que teve relações extraconjugais com algumas das mulheres que o denunciaram, mas negou os crimes.

A defesa do ex-prefeito alega que os depoimentos são falsos e que Marquinhos está sendo alvo de uma armação política.

A CASA AMARELA

Segundo fontes uma casa conhecida como, Casa Amarela, seria o local onde muitos poderosos iam atrás de sexo e perversidades. Em uma matéria feita pelo TopMidia até afirma que o Victor Hugo teria alugado essa casa no nome de um Político muito famoso na Capital.

Além disso, Victor Hugo chegou a soltar uma sextape sua, o local da filmagem, seria supostamente a Casa Amarela. Isso serviria para que o mesmo desse um recado a muitos poderosos que passaram no local: EU TENHO IMAGENS!

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