Teerã buscará a eliminação das sanções impostas externamente, mas não deixará que a economia do Irã fique dependente da questão, afirmou Ebrahim Raisi, presidente do país.
Ebrahim Raisi, recém-empossado presidente do Irã, prometeu na terça-feira (3) lutar para levantar as sanções “opressivas” de Washington, mas advertiu que Teerã não buscaria um acordo com os EUA sobre o assunto a qualquer custo.
“Certamente buscaremos o cancelamento das sanções opressivas, mas não condicionaremos o sustento do povo e da economia [às sanções] e não as amarraremos à vontade dos estrangeiros”, disse Raisi em seu discurso de posse ao lado do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, citado pela agência iraniana Tasnim.
Com grande parte dos comentários focados na política interna e na economia, e sem mencionar os EUA ou Israel pelo nome, Raisi sugeriu que o país precisa se concentrar em questões como o déficit orçamentário, a estabilidade do mercado de capitais, a inflação, o coronavírus, e garantir o fornecimento de água e eletricidade a regiões recentemente atingidas por escassez e crises.
O presidente iraniano pediu a todos os iranianos, incluindo “intelectuais, pensadores, funcionários, pessoas preocupadas e entes queridos”, que trabalhassem para ajudar a trazer as mudanças necessárias.
Diálogo nuclear paralisado
Em julho de 2015, países da União Europeia, além dos EUA, China, Rússia e o próprio Irã, assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear iraniano, cujo objetivo era limitar o enriquecimento de urânio a fins civis e evitar que Teerã desenvolvesse uma bomba nuclear.
No entanto, a administração do presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021) deixou o acordo em maio de 2018 e reimpôs sanções ao país persa, levando a que ele começasse a violar os termos do JCPOA em maio de 2019. A administração de Joe Biden, que chegou ao poder em janeiro de 2021, mantém a maior parte das sanções herdadas, apesar de participar de discussões para reavivar o acordo nuclear em Viena, Áustria.